A
edição de março do
Jornal dos
Economistas
analisou a questão
fiscal brasileira e
formulou propostas
para o novo
arcabouço fiscal
que, conforme
previsto na Emenda
Constitucional 126,
substituirá o Teto
de Gastos.
Simone Deos, da
Unicamp, enfatizou
que o novo arcabouço
fiscal não pode ser
um novo calabouço
fiscal. O Novo
Consenso
Macroeconômico, que
vigorou desde os
anos 1990 no Brasil,
está sendo revisto,
na prática e teoria,
em âmbito
internacional, à luz
dos acontecimentos
dos últimos anos,
como a inflação de
oferta e a
transposição dos
limites de
endividamento.
Rosa Marques, da
PUC-SP, discordou da
necessidade de
adoção de regras
relativas ao gasto
fiscal, mas entende
que esse é um
imperativo de
realpolitik e então
sugere que: as
regras não sejam de
longo prazo; gastos
sociais e
investimentos não
fiquem sujeitos a
congelamento; os
juros da dívida
sejam incorporados
ao controle; e a
adoção da relação
dívida/PIB como
critério só seja
pensada no médio
prazo.
Daniel Negreiros
Conceição, do Ippur,
destacou que os
gastos do governo
brasileiro na
pandemia revelaram o
grande segredo:
enquanto a economia
não atingir seu
limite
inflacionário, o
único impedimento
para que o governo
gaste para combater
o desemprego e
pobreza e para
produzir bens e
serviços
garantidores dos
direitos da
população são as
leis que o próprio
governo cria.
Gláucia Campregher,
da UFBA, e André
Luis Doneux
Ferreira, da USP,
criticaram o
moralismo carcomido
sob o véu da
austeridade e
propõem um
regramento
antiausteridade, que
responsabilize o
Estado a agir
contraciclicamente
sem se deixar
enredar por
indicadores
pseudocientíficos,
como o da
dívida/PIB.
David Deccache,
assessor
parlamentar, e Caio
Vilella, da UFRJ,
discordaram da visão
de que a
“responsabilidade
fiscal” estaria
associada com
estabilidade da
dívida pública
doméstica. O novo
arcabouço fiscal
deveria utilizar os
instrumentos de
planejamento e
orçamento: Plano
Plurianual (PPA),
Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO)
e Lei Orçamentária
Anual (LOA).
Em linha com o tema
da edição, o Jornal
dos Economistas
publicou um resumo
de monografia de
Isadora Bonitz sobre
a aplicabilidade da
Teoria Monetária
Moderna ao caso
brasileiro. O
trabalho venceu o
31º Prêmio de
Monografia
Economista Celso
Furtado.
Fora do bloco
temático, o
historiador
Francisco Carlos
Teixeira, da UFRJ,
apresentou uma
retrospectiva
histórica das
intervenções dos
militares na
política republicana
e avalia a postura
do então comandante
do Exército nos
acontecimentos de 8
de janeiro.