Movimento

Edição nº1385 – quinta-feira, 26 de março de 2020

Manifesto do Corecon-RJ sobre a crise provocada pelo novo coronavírus

O ministro Paulo Guedes se mostra aquém da missão que lhe cabe no enfrentamento da crise em consequência do novo coronavírus, na opinião do Corecon-RJ: “Ainda que as medidas recém-anunciadas de aumentar a provisão de liquidez para o sistema financeiro e, no campo fiscal, antecipar o décimo terceiro para aposentados sejam acertadas, são claramente insuficientes”. O apego do governo ao Teto de Gastos, à Regra de Ouro e ao controle do superávit, restrições autoimpostas que vêm se mostrando contraproducentes, agora impedem o governo de agir com a intensidade e a tempestividade necessárias para conter a pandemia no Brasil, destaca a direção da entidade.

Para o Conselho Regional de Economia, é crucial que as medidas de proteção e recuperação da economia estejam ancoradas no planejamento econômico, orientadas pelos objetivos da sustentação da economia e do combate à pandemia: “Deve-se privilegiar, investimentos que melhorem rapidamente as condições de saneamento, a contratação de pessoal de saúde e a recuperação, modernização e construção de unidades de atendimento. A logística na distribuição de alimentos, a oferta de água tratada e a produção de medicamentos tem de estar no foco do planejamento de curto prazo. Os investimentos em pesquisa de vacinas, testes e métodos de tratamento não devem enfrentar quaisquer limites de ordem fiscal.  Não é possível brincar nem postergar decisões. É certo que as forças de mercado não serão capazes de assegurar a oferta de bens e serviços para atender às necessidades do povo, manter articuladas as estruturas produtivas e incrementar o volume de recursos para combater o coronavírus”.

Para ler a íntegra do Manifesto clique aqui

 

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Professores do Instituto de Economia da UFRJ criticam medidas de combate à Covid 19 

O temor da recessão preocupa os 77 professores do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que assinaram em conjunto carta aberta em que pedem que o governo federal reveja as medidas de combate à crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Na carta, os docentes ressaltam que a crise econômica já era preocupante antes da pandemia se instalar, e que a resposta do governo brasileiro para enfrentá-la gera ainda maior preocupação ao não propor novos investimentos, apenas a antecipação de recursos ou deferimento de pagamentos.

Os professores lembram que a Emenda Constitucional nº 95, de 2016, do Teto de Gastos e as reformas Trabalhista e da Previdência não foram capazes de proporcionar a retomada do crescimento econômico e, em alguns casos, ampliaram as vulnerabilidades para enfrentar os desafios atuais das crises de saúde e econômica provocadas pela Covid-19.

“As medidas econômicas anunciadas pelo governo brasileiro são paliativas: suficientes apenas para impedir a ruptura do sistema de crédito sem conseguir estimular a economia, pois o aumento da liquidez deverá ficar empoçado no sistema financeiro. Entretanto, a política de gastos governamentais deveria assumir papel central na reativação econômica e na economia de guerra na área da saúde. Para tanto, são necessários gastos adicionais ao previsto no orçamento para a infraestrutura de combate à doença e coordenação do governo central em virtude da baixa capacidade fiscal dos estados e municípios”, defendem os professores do IE/UFRJ.

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