Temíamos
perseguições e a
AFBNDES esteve nos
corredores do Banco,
logo após a queda do
ex-presidente
Joaquim Levy,
avisando que isso
era possível. Podia
ser um dos
significados da
demanda por "abrir a
caixa-preta"…
Nos primeiros
contatos do
presidente Gustavo
Montezano com o
pessoal da Casa, foi
repetidamente
assegurado, segundo
relatos que tivemos,
que tais
perseguições não
aconteceriam. E
realmente não
aconteceram, pelo
menos até agora.
Outras
possibilidades não
nos ocorreram na
época, mas o
desenrolar dos fatos
começam a mostrar o
que pode estar vindo
por aí. A fomentação
de um ambiente de
intimidação, de
medo, parece que
começou a ser
articulada. A reação
ao famoso
"vazamento" de
informações no BNDES
por parte de um
empregado foi mais
um pretexto, mais
uma oportunidade, do
que uma medida
racional voltada
para resolver um
problema. O número
de pessoas chamadas
a depor na
sindicância, a
demissão sumária que
ocorreu no final do
processo, nada disso
indica um esforço
voltado para
entender o que
aconteceu e propor
soluções.
Centenas de
empregados tiveram
acesso à
apresentação. Houve
até agora vazamento
na imprensa? Não é
impressionante?
Está claro desde já
que não será
possível instaurar
um ambiente de medo
sem a cumplicidade
de alguns executivos
do Banco. No
primeiro ensaio
autoritário da nova
diretoria, ficou
claro, infelizmente,
que ela contará com
essa cumplicidade,
ou mais que isso,
com a coautoria
entusiasmada de
alguns colegas.
Lamentável. Ou
melhor, lamentáveis.
Para que serve o
ambiente de medo, de
intimidação? Uma
pergunta como
resposta: Como
poderá prosperar uma
Administração do
BNDES quando ela se
diz completamente
alinhada com uma
orientação de
Brasília que não
esconde seus
objetivos
destrutivos?
A tendência é que os
discursos
motivacionais vazios
e abertos à Casa se
tornarão
constrangedores, com
apelo cada vez mais
restrito, até que
acabarão suspensos.
Não terão vida
longa. Se o poder do
consenso se reduzir,
a manutenção da
relação de poder
apresentará
tendência para o uso
crescente da força.
Como lidamos com
isso? Expondo o
impulso autoritário,
a falta de
consistência do
programa, a agenda
destrutiva mal
disfarçada.
Destruir
frontalmente o BNDES
não tem passagem na
opinião pública
brasileira. E é nela
que devemos nos
apoiar. Essa é a
agenda de
resistência.
Pensar num novo
BNDES com orientação
realmente
desenvolvimentista,
para além das
imposições da atual
agenda "Chicago
Oldies" mofada, é
agenda positiva que
deveria desde já
concentrar os
esforços dos
talentos do Banco.
Os funcionários
organizados do BNDES
hão de fazer tudo
isso.