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Edição nº1357 – quinta-feira, 8 de agosto de 2019

 

Legado da Lava Jato no Jornal dos Economistas

A edição de agosto do Jornal dos Economistas (http://www.corecon-rj.org.br/) dedica-se a quantificar e avaliar os legados econômicos da Operação Lava Jato e seus desdobramentos sociais e políticos. Na abertura do bloco temático, Pedro Campos, da UFRRJ, afirma que a Lava Jato forneceu subsídios a um golpe de Estado, desmantelou setores da economia brasileira e pavimentou a chegada do fascismo ao poder. Sob o pretexto de combater a corrupção, fechou um milhão de empregos, levou as maiores construtoras do país a perder 85% de sua receita entre 2015 e 2018 e abriu o mercado doméstico a empresas estrangeiras.

Luiz Fernando de Paula e Rafael Moura, da Uerj, acreditam que a desestruturação dos setores de construção civil e petróleo/gás contribuiu sobremaneira para o aprofundamento da crise econômica a partir de 2015 e levou à desarticulação de alguns dos poucos setores em que o capital doméstico era competitivo a nível internacional.

Marcio Pochmann, da Unicamp, aponta que a Lava Jato foi decisiva para o aprofundamento da trajetória regressiva da economia brasileira na segunda metade da década de 2010. A operação serviu aos propósitos externos e internos de praticar o contracionismo no gasto público não financeiro, responsável pela asfixia do crescimento econômico e pela retração da arrecadação fiscal. Segundo ele, a operação contribuiu para a polarização e para colocar fim à perspectiva de projeto da nação.

José Augusto Ruas, da Facamp, considera que, além do amplamente discutido efeito sobre o setor produtivo, emprego e PIB, a Lava Jato operou como legitimadora da nova fase do neoliberalismo no país, marcada por uma "ética punitiva" na implementação do arsenal de políticas neoliberal. Imbuídos de um "punitivismo vingativo", passamos a destruir os instrumentos de ação social e econômica do Estado e a acreditar que a privatização fatiada de nosso setor petrolífero, a redução de importância das empresas nacionais e mesmo a queda brutal nas condições de vida no país sejam parte de um processo redentor.

 
 
Editorial

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AGENDA

Seminário sobre imprensa, democracia e história

A OAB/RJ, com o apoio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), está realizando o seminário "Imprensa, democracia e história – da abertura política ao governo Bolsonaro". O tema do próximo dia 12 será "Desafios do jornalismo frente às novas mídias", com Chico Otávio, repórter do jornal O Globo e professor de redação jornalística da PUC-Rio, e Eduardo Serra, escritor e professor da UFRJ.

No dia 28 de agosto o tema será "A liberdade de imprensa está em risco?", com o jornalista Jânio de Freitas, colunista da Folha de S. Paulo.

4 de setembro será o último dia do seminário. O tema "Novas vozes na imprensa – ação e reação" será debatido pela jornalista Flávia Oliveira, colunista de O Globo e comentarista de economia na GloboNews e CBN Rio, e Carol Oms, jornalista de economia e diretora-executiva da Revista AzMina.

As palestras são realizadas às 17h, no Plenário Evandro Lins e Silva, localizado na Av. Marechal Câmara 150, 4º andar.