Empregados apreciam proposta para o ACT nesta sexta-feira
Assembleia será realizada às 11h, em primeira convocação, no térreo do Edserj. Votação será com cédula

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bárbara becker

Mobilização da semana passada foi fundamental para mudanças na proposta do Banco

 

Está confirmada para esta sexta-feira (21), às 11h, em primeira convocação, e às 11h30, em segunda convocação, no térreo do Edserj, a Assembleia Geral Extraordinária convocada pelo Sindicato dos Bancários do Rio para deliberar sobre a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), apresentada pelas Empresas, que orientará as condições de trabalho no Sistema BNDES no período de 1º de setembro de 2018 a 31 de agosto de 2020. A votação na AGE será feita com o uso de cédula, seguindo encaminhamento definido na Assembleia do dia 13 de agosto, quando foi aprovada a Pauta de Reivindicações.

Dois importantes objetivos da Comissão dos Empregados – formada pelas entidades que representam a categoria e por membros eleitos em AGE – foram conquistados na primeira rodada de negociação, quando a representação do Banco confirmou a decisão da Diretoria do BNDES de garantir a manutenção da data-base em 1º de setembro e a ultratividade temporária (prorrogação das cláusulas do ACT 2016/18 até 30 de setembro de 2018).  

Na segunda rodada de negociação, que teve tempo dedicado à análise, não conclusiva, da proposta de Acordo da PLR 2018, ficou explicitada a intenção do Banco de alterar a cláusula de "Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa" e retirar do ACT a cláusula de "Licença por inaptidão temporária ao serviço" e a cláusula de "Licença paternidade". Cláusulas pertencentes ao ACT fechado em 2016.

Mobilização – Devido à for-te mobilização do corpo funcional, o Banco, na terceira rodada de negociação, realizada em 11 de setembro, foi obrigado a recuar na sua proposta de alterar a cláusula de "Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa" – uma bela vitória do corpo funcional benedense, reconhecida pela própria Comissão das Empresas. A análise dos pleitos novos teve continuidade nos dias 12 e 13/9, quando a Administração apresentou sua proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho de 2018-2020.

No final da tarde de quinta-feira (13), o Banco divulgou aos empregados sua proposta para o ACT, que respeita, como era defendido pela Comissão dos Empregados desde o trabalho de definição da Pauta de Reivindicações, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) negociada na Mesa Fenaban, nos seguintes termos:

– Reajuste de 5% (cinco por cento) no salário e benefícios (auxílio refeição, cesta alimentação, 13ª cesta alimentação e auxílio educação) em 1º de setembro de 2018 – o que representa ganho real de 1,31%, mais reposição da inflação acumulada (INPC) de setembro/2017 a agosto/2018: 3,64%;

– Ganho real de 1% acima da inflação em 1º de setembro de 2019;

– Validade do Acordo por dois anos, com garantia de manutenção de todas as conquistas até 2020.

A mobilização dos empregados também fez o Banco recuar da proposta de retirar do ACT a "Licença por inaptidão temporária ao serviço" (outra cláusula considerada "pétrea"). Contudo, mesmo com a discordância da Comissão dos Empregados, a Administração insistiu em retirar do Acordo a cláusula de "Licença paternidade", argumentando que o benefício está previsto na Lei nº 11.770/2018, que instituiu o Programa Empresa Cidadã, e integra normativo interno (IS SUP/AARH 04/2017-BNDES), nos moldes do que já acontece com a extensão da "Licença maternidade".

E mesmo com forte defesa da Comissão dos Empregados, o Banco também não aceitou o importante pleito de "Integridade funcional", que busca impedir que seja exercida qualquer atividade ou função inserida nas descrições de cargos do PUCS ou do PECS por empregados não integrantes do quadro permanente de pessoal, excetuando-se os casos descritos na cláusula de Cargos Comissionados que tratam de assessoria de caráter transitório ao corpo diretivo. A Comissão das Empresas alegou, durante as rodadas, que esta proteção está garantida na legislação vigente, assim como em normativos internos. Não concordando com isto, os representantes do corpo funcional insistiram nesta proteção no âmbito do ACT.

Vale-transporte – O grande imbróglio na proposta de ACT apresentada pelo Banco, que levou a muita discussão em mesa, é a mudança na cláusula do "Vale-transporte", com a introdução do pagamento, pelo empregado, de 4% do salário-base para o custeio do benefício (como estabelece a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária). Hoje o benefício é custeado integralmente pelo empregador.

Como a Comissão dos Empregados já avaliou em Quadro de Avisos na sexta-feira passada, a mudança da cláusula impacta negativamente parcela significativa do corpo funcional benedense, fazendo com que a proposta do ACT no BNDES fique inferior financeiramente ao que foi acordado pela categoria bancária na Mesa Fenaban.

Os representantes dos empregados buscaram na mesa e em reunião com o diretor da AARH, Ricardo Ramos, na tarde da última sexta-feira (14), compensação para o "vale-transporte com desconto de 4%" na forma de outros benefícios pecuniários, como aumento no auxílio refeição, ou introdução da cláusula de "Integridade funcional" no ACT. A Comissão do Banco e o diretor/AARH insistiram que a proposta para o Acordo está fechada e que não havia espaço para avanços.

Agenda de reuniões – Depois de negar a introdução de pleitos relativos aos temas no ACT, o Banco propôs e foi pactuada uma agenda de reuniões para tratar de assuntos relevantes para o corpo funcional:

– Pedido de isonomia entre os segmentos médio e universitário do PECS na mesma proporcionalidade salarial e progressão de carreira;

– Regularização da situação funcional e previdenciária dos empregados anistiados; e

– Criação do Conselho de Usuários do PAS objetivando acompanhar a qualidade do Plano de Assistência e Saúde do BNDES – no âmbito da Mesa PAS.

Para a Comissão dos Empregados, a saída que o Banco criou para manter o tema em pauta, mas fora do Acordo, precisa ser encarada como oportunidade. Ou seja, tais reuniões precisam acontecer com efetividade na busca de resultados concretos.

Durante a segunda e a terça-feira desta semana, a Comissão dos Empregados visitou os andares do Edserj e do Ventura para conversar sobre a proposta do Banco para o Acordo Coletivo de Trabalho. A posição do corpo funcional em relação ao que foi proposto pelo Banco será tomada amanhã, a partir das 11h, em Assembleia a ser realizada no térreo do Edserj.

Bancários fazem a diferença

As cláusulas econômicas conquistadas na Mesa Fenaban – também presentes na proposta encaminhada pelo BNDES ao corpo funcional – foram comemoradas pela categoria bancária, incluindo o funcionalismo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, entre outros bancos públicos.

O aumento real de 1,31% em 1º de setembro de 2018 é maior que a média dos reajustes acima da inflação conquistados por outras categorias entre janeiro e julho deste ano. Segundo levantamento do Dieese, que levou em consideração 4.659 acordos fechados no período, 78,4% tiveram ganhos acima da inflação, com média de aumento real de 0,975 – menor, portanto, que o conquistado pelos bancários.

Ainda sobre o tema, o jornal Valor Econômico trouxe matéria na última segunda-feira (17) informando que dois terços dos acordos coletivos em companhias controladas pela União entre janeiro de 2017 e junho de 2018 tiveram reajustes salariais iguais ou inferiores ao INPC, segundo levantamento atualizado pela Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais (SEST).

Houve casos até de reajuste zero no segundo semestre do ano passado – como na EBC, PPSA e Emgea –, informa o jornal. Dataprev e Serpro fecharam aumentos no patamar de 1%. De 40 acordos coletivos firmados desde o início do ano passado, 27 ficaram com reajustes capazes, no máximo, de repor a inflação acumulada em 12 meses.

 

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AGENDA

O VÍNCULO nas eleições

O primeiro turno das eleições gerais acontecerá em 7 de outubro. Além do voto para presidente da República e governador, o eleitor definirá a nova composição das Assembleias Legislativas, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

Dois colegas benedenses já aposentados irão participar do pleito como candidatos: Antonio Saraiva da Rocha concorrerá a uma vaga na Alerj pelo PSB, e Eduardo Bandeira de Mello a uma vaga na Câmara Federal pela Rede. Os dois pediram espaço no VÍNCULO para divulgar suas candidaturas, o que ocorrerá na próxima edição do jornal.

O VÍNCULO estará aberto a outras candidaturas de colegas benedenses, assim como à divulgação de candidatos, indicados pelos colegas do Banco, que tenham compromisso com as instituições públicas brasileiras e defendam o papel do BNDES como Banco de Desenvolvimento.

Na visão da AFBNDES, precisamos ter um Parlamento forte, comprometido com a soberania nacional, com políticas públicas voltadas para a emancipação do povo brasileiro e com a defesa da Democracia e do Estado de Direito.

Sugestões de candidaturas para divulgação devem ser encaminhadas até segunda-feira (24) para o e-mail: vinculo@afbndes.org.br.