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MOVIMENTO
Bancos
públicos e desenvolvimento
Painel de subsídio para as
discussões da 19ª Conferência
Nacional dos Bancários, na última
sexta-feira, debateu a defesa dos
bancos públicos |
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Emir Sader falou no painel de
abertura da Conferência,
sexta-feira, em São Paulo |
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"Sem
os bancos públicos
não há
desenvolvimento".
Esta foi a principal
mensagem do painel
sobre a defesa dos
bancos públicos, que
abriu, na última
sexta-feira, a 19ª
Conferência Nacional
dos Bancários, em
São Paulo. Convidado
especial, o
cientista político e
professor da Uerj,
Emir Sader, defendeu
que o debate central
da sociedade não
deve estar na
dicotomia entre
estatal e privado,
mas, sim, no embate
das esferas pública
e mercantil. "O
neoliberalismo diz
que as opções
fundamentais são
entre o estatal e o
privado. Eles
reivindicam um
conceito muito
bonito, a esfera
privada, que envolve
a liberdade
individual das
pessoas. Mas quando
eles privatizam uma
empresa, como a Vale
do Rio Doce, não dão
nas mãos dos
trabalhadores, mas
entregam ao mercado.
Comprou quem tem
dinheiro. A esfera
com que eles
trabalham não é a
esfera privada, mas
a esfera mercantil",
explicou.
O professor citou
como exemplo deste
debate a educação e
a saúde pública: "A
educação, em vez de
ser um direito para
todos, é, para eles,
uma mercadoria. Quem
tem dinheiro paga
uma escola de
qualidade. Da mesma
forma estes setores
são contra o SUS e o
programa ‘Mais
Médicos’. Eles não
querem um SUS de
qualidade que atenda
a todos. Ao
contrário, defendem
um sistema privado,
no qual quem tem
dinheiro paga um
plano de saúde de
qualidade".
Ele disse ainda que
um estado forte pode
ser bom ou ruim para
os trabalhadores. "O
estado na ditadura
era forte, mas
brutalmente contra a
democracia, contra
os direitos do
trabalhador, contra
a proteção do
mercado interno do
país. Era um poder
for-te que não era a
favor do interesse
público. Ao
contrário,
escancarou o mercado
com a entrada do
capital estrangeiro,
interveio em todos
os sindicatos, o
santo do chamado
‘mi-lagre econômico’
era o arrocho
salarial e, por
isso, a burguesia
teve as suas mais
altas taxas de
lucros da história
naquele período".
Emir Sader destacou
ainda a importância
dos bancos públicos
para o
fortalecimento dos
direitos dos
trabalhadores e da
cidadania. "Os
bancos públicos têm
uma lógica
totalmente
contraditória a dos
privados. Quando se
fecham agências da
Caixa, como agora,
se reduz programas
como o ‘Minha Casa,
Minha Vida’, o
‘Bolsa família’. A
Caixa cresceu no
bojo da ampliação
das políticas
sociais. O banco
privado não vive do
financiamento
social, da pesquisa,
de ampliar o
consumo. Vive da
venda de papéis, do
endividamento de
pessoas e empresas,
da especulação". O
professor também
criticou a atual
política econômica
do governo Temer:
"Este é o governo
que parece que
fracassa. Mas é para
isso que ele veio.
Promove o
desprestígio do
governo, do
Congresso, para
prestigiar o capital
financeiro,
especulativo,
internacional. Não
querem que o Brasil
seja uma nação, mas
apenas um mercado. E
o sistema financeiro
é fundamental para
esta lógica
neoliberal".
BB e Caixa –
O painel também
contou com Fabiano
Felix e Rita
Serrano,
conselheiros de
Administração
eleitos pelos
empregados do Banco
do Brasil e da
Caixa,
respectivamente.
Segundo Fabiano, o
ataque aos bancos
públicos tem papel
efetivo no projeto
que rejeita o
social. A prova é o
debate que estamos
encontrando
atualmente no Banco
do Brasil, muito
nocivo para a
estrutura da
instituição. É uma
apologia às grandes
propostas
tecnológicas e um
descaso total com as
agências, com o
atendimento à
população e com os
trabalhadores". Para
Fabiano, suprimir os
bancos públicos tem
um preço social
muito alto: "O papel
do banco público nos
rincões do país
transcende o aspecto
econômico. Uma
agência tem um papel
estratégico para a
sociedade. Ela não
funciona apenas como
intermediação
financeira, mas como
polo de investimento
na região".
Para Rita Serrano,
esse projeto segue a
mesma lógica da
década de 1990: "O
que temos de
entender é que há um
movimento muito mais
rápido, diferente do
que já vivemos,
quando resistimos
por dez anos. Por
isso, temos que
aumentar as nossas
ações e ganhar
agilidade em nosso
combate". Segundo
Serrano, quando se
fala em ataque a
essas instituições,
é um ataque aos
direitos e a tudo
aquilo que é
público. "Temos de
ter a consciência
que o serviço
público, a empresa
pública, a concepção
daquilo que é
público, tudo isso
está em jogo nesse
momento. A política
adotada pelo governo
federal para a Caixa
e o Banco do Brasil,
por exemplo, é a
mesma para todas as
empresas públicas.
Eles querem
enfraquecer para
privatizar".
Fonte: Contraf-CUT |
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VERSÃO IMPRESSA |
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(arquivo em PDF) |
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AGENDA |
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Tramitação da MP 777:
nova Audiência Pública
(8 de agosto, à tarde,
com a presença de
representantes da
AFBNDES); leitura do
relatório do deputado
Betinho Gomes (9 de
agosto); votação do
relatório na Comissão
Mista (15 de agosto). |
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