"Senhor Presidente,
Ao tempo em que lhe
apresentamos votos de muito
sucesso na condução de uma
instituição tão fundamental
para o Brasil, gostaríamos
de nos apresentar. Somos
as BenedensAs: Elas no
Desenvolvimento, um
grupo de mais de 250
empregadAs do BNDES que se
uniu, no último trimestre de
2022, para diagnosticar
questões referentes à
equidade de gênero e
diversidade no Banco e
propor soluções concretas.
Esse movimento orgânico
provocou a criação, ainda em
dezembro deste mesmo ano, e
de forma inédita, da
Comissão Especial de Gênero
e Diversidade na estrutura
da AFBNDES - Associação de
Funcionários do BNDES.
As barreiras de equidade de
gênero, presentes na vida de
muitas brasileiras, também
no BNDES vestem o disfarce
da normalidade. Por isso, é
imprescindível a atitude de
reconhecer que é preciso
transformar.
Nós, mulheres, representamos
aproximadamente 36% do
quadro funcional, conforme
Relatório Anual do BNDES de
2021. Esse quadro, porém,
não se reflete na ocupação
das funções executivas mais
altas. Das mais de 100
funções executivas de
chefia, menos de 20% são
ocupadas por mulheres.
Atualmente, há 5 áreas do
BNDES em que nenhuma mulher
ocupa a posição de Chefia.
Quando se consideram
Superintendentes e Alta
Administração, o
desequilíbrio é ainda maior:
das 21 Superintendências,
apenas 3 são exercidas por
mulheres. Na Diretoria
vigente ao final de 2022,
dentre 9 membros, apenas uma
era mulher.
Quanto a outras minorias,
desconhecemos os dados sobre
as disparidades de carreira,
já que o mencionado
Relatório Anual de 2021 não
apresenta esses recortes
(por exemplo, pessoas negras
e com deficiência
representam apenas 14,6% e
1,5% do quadro funcional,
respectivamente).
Para além das questões de
carreiras, as BenedensAs vêm
manifestando reflexões
importantes sobre a cultura
organizacional e assédio na
instituição. Ainda, apoiamos
a agenda de melhoria da
qualidade de vida das
trabalhadoras e dos
trabalhadores de contratos
terceirizados, cujo trabalho
é imprescindível para o bom
funcionamento da
instituição, mas que se
encontram submetidos a uma
conjuntura social muito
distante da nossa, como
integrantes do corpo
funcional.
Inúmeros estudos e
movimentos sociais
demonstram a relevância da
diversidade e da inclusão
para o fortalecimento
estratégico das organizações
diante de um cenário externo
de complexidade e incerteza,
trazendo benefícios
concretos a todo corpo
funcional, com a melhoria do
clima organizacional e do
senso de pertencimento à
instituição.
Por isso, gostaríamos de
pedir publicamente que a
nova Administração do BNDES,
bem como todos os nossos
colegas, sejam nossos
aliados na busca de uma
mudança de cultura visando
maior equidade de gênero e
valorização da diversidade.
Uma instituição cujo
propósito é “transformar a
vida de gerações, promovendo
o desenvolvimento
sustentável” não pode
prescindir dessa causa
urgente. Encampando
institucionalmente essa
agenda, o BNDES poderá ser o
protagonista da
transformação que fomenta no
País.
Colocamo-nos à disposição.
Cordialmente,
Comissão Especial de Gênero
e Diversidade da AFBNDES
—
RJ, 6 janeiro de 2022”
►Leia também...
“Diretoria da AFBNDES aprova
criação da Comissão de
Gênero e Diversidade”
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“FAPES estabelece uma
Política de Diversidade,
Inclusão e Direitos Humanos”
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