As ações de
inspiração
rooseveltiana no
início da
administração Joe
Biden decretam o fim
da hegemonia do
receituário
econômico
implementado na
gestão de Ronald
Reagan e
sistematizado no
Consenso de
Washington ou
entrarão para a
história como uma
tentativa fracassada
de rompimento com o
neoliberalismo? Esta
é a questão que
pauta a edição de
junho/2021 do Jornal
dos Economistas,
publicado pelo
Corecon-RJ.
O professor José
Rubens Garlipp, do
Ieri/UFU, destaca
que Biden propôs
três planos para
tratar de diversos
temas: fome,
miséria, perdas
salariais,
desemprego,
empobrecimento,
desproteção social,
injustiça racial e
econômica,
investimentos,
infraestrutura,
desafios
energéticos,
mudanças climáticas,
defasagem
tecnológica e perda
de influência dos
EUA. Mas isso não
autoriza que seja
decretada a ruptura
definitiva com o
neoliberalismo.
André Cunha e Andrés
Ferrari, da UFRGS,
julgam que a “grande
revolução” de Biden
apenas tenta mitigar
estragos produzidos
por 40 anos de
governos dos “ricos
para os ricos”. A
inação estatal na
infraestrutura
física e social
tornou-se um
obstáculo para a
liderança global dos
EUA. “Acusado de
socialista, Biden
quer renovar o
capitalismo
estadunidense para
conter a China”,
dizem.
Debora Gaspar, da
UFRRJ, e Ana Garcia,
da PUC-Rio, defendem
que a expansão de
gastos públicos,
investimentos
“verdes”,
enfrentamento à
pandemia e vacinação
maciça, combinada à
flexibilização das
patentes, elevação
do imposto
corporativo global e
negociações
multilaterais sobre
clima dos primeiros
100 dias do governo
Biden terão efeitos
mundiais positivos.
Carlos Eduardo
Martins, da UFRJ,
avalia que Biden
optou por um
programa keynesiano
distributivista para
deter o avanço
neofascista interno
e a decadência
mundial dos EUA.
“Resta saber se
conseguirá
restabelecer o pacto
social ou se
agudizará a luta de
classes interna,
debilitará o dólar e
provocará uma
explosão
inflacionária ou da
dívida pública”,
ressalta.
Bernardo Kocher, da
UFF, acredita que o
“keynesianismo
sanitário” de Biden
tem um timing de
funcionamento. Após
alcançar os
objetivos de
recuperação
econômica e permitir
que os EUA enfrentem
a megaconcorrência
externa e o fascismo
interno, a tendência
é de um retrocesso
ao mercado
autorregulado.
Daniel Conceição, do
Ippur/UFRJ, afirma
que o Plano Biden
serve de receita
para o Brasil, que
pode dimensionar seu
programa de
reconstrução sem se
preocupar com fontes
de financiamento e
aumento da dívida.
“O limite relevante
é o inflacionário,
que no Brasil deve
ser identificado com
atenção ao câmbio”,
destaca.
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