Movimento

Edição nº1444 – quarta-feira, 2 de junho de 2021

Fim do neoliberarismo ou inflexão temporária?

As ações de inspiração rooseveltiana no início da administração Joe Biden decretam o fim da hegemonia do receituário econômico implementado na gestão de Ronald Reagan e sistematizado no Consenso de Washington ou entrarão para a história como uma tentativa fracassada de rompimento com o neoliberalismo? Esta é a questão que pauta a edição de junho/2021 do Jornal dos Economistas, publicado pelo Corecon-RJ

O professor José Rubens Garlipp, do Ieri/UFU, destaca que Biden propôs três planos para tratar de diversos temas: fome, miséria, perdas salariais, desemprego, empobrecimento, desproteção social, injustiça racial e econômica, investimentos, infraestrutura, desafios energéticos, mudanças climáticas, defasagem tecnológica e perda de influência dos EUA. Mas isso não autoriza que seja decretada a ruptura definitiva com o neoliberalismo.

André Cunha e Andrés Ferrari, da UFRGS, julgam que a “grande revolução” de Biden apenas tenta mitigar estragos produzidos por 40 anos de governos dos “ricos para os ricos”. A inação estatal na infraestrutura física e social tornou-se um obstáculo para a liderança global dos EUA. “Acusado de socialista, Biden quer renovar o capitalismo estadunidense para conter a China”, dizem.

Debora Gaspar, da UFRRJ, e Ana Garcia, da PUC-Rio, defendem que a expansão de gastos públicos, investimentos “verdes”, enfrentamento à pandemia e vacinação maciça, combinada à flexibilização das patentes, elevação do imposto corporativo global e negociações multilaterais sobre clima dos primeiros 100 dias do governo Biden terão efeitos mundiais positivos.

Carlos Eduardo Martins, da UFRJ, avalia que Biden optou por um programa keynesiano distributivista para deter o avanço neofascista interno e a decadência mundial dos EUA. “Resta saber se conseguirá restabelecer o pacto social ou se agudizará a luta de classes interna, debilitará o dólar e provocará uma explosão inflacionária ou da dívida pública”, ressalta.

Bernardo Kocher, da UFF, acredita que o “keynesianismo sanitário” de Biden tem um timing de funcionamento. Após alcançar os objetivos de recuperação econômica e permitir que os EUA enfrentem a megaconcorrência externa e o fascismo interno, a tendência é de um retrocesso ao mercado autorregulado.

Daniel Conceição, do Ippur/UFRJ, afirma que o Plano Biden serve de receita para o Brasil, que pode dimensionar seu programa de reconstrução sem se preocupar com fontes de financiamento e aumento da dívida. “O limite relevante é o inflacionário, que no Brasil deve ser identificado com atenção ao câmbio”, destaca.

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