Vivemos
um
tempo
impossível no Brasil
de hoje.
O
descalabro, o horror
completo e absoluto da
condução do governo
federal
durante
a
crise sanitária
provocada pela pandemia do
novo coronavírus,
o acúmulo de mortes
evitáveis em números nunca
vistos no país, colocam um
desafio para a democracia
brasileira.
Como reagir a tudo isso?
Como elevar a indignação, o
protesto num nível que
esteja à altura da
insensibilidade,
da banalização do mal, das
manifestações reiteradas
e
comportamentos absolutamente
execráveis
do chefe do governo e de
seus apoiadores,
do uso sistemático da
mentira e da manipulação de
informações
nas
redes sociais?
Como se opor ao pior governo
da história republicana, ou
melhor, da história do país?
Como
reagir aos que
testemunham na CPI da
Covid-19
e, sob juramento, dizem que
são favoráveis às medidas de
afastamento social, que não
recomendaram cloroquina e
outros
medicamentos
sem eficácia científica
–
diante
da
continuada campanha contra o
distanciamento social,
do
não
uso de máscara
e
da
recomendação
de uso dos
mesmos remédios
ineficazes?
Como
reagir
à
afirmação de que não
atrasaram a disponibilização
de vacinas diante de várias
declarações públicas,
filmadas e disponíveis, de
orientação para dificultar a
imunização das pessoas
e do depoimento de
laboratórios e institutos
responsáveis pelas vacinas
confirmando
o
impacto negativo
de tais
orientações?
Em
sua coluna
no jornal
Folha de S.Paulo, o corajoso
sociólogo
Celso
Rocha de
Barros
escreveu
um artigo à altura da
indignação que deve tomar
todo brasileiro. E está,
previsivelmente, sendo
submetido a tentativas de
intimidação. Dois
senadores
mobilizam a Polícia do
Senado em retaliação ao
artigo
e a seu autor!
Em reposta,
Celso
de Barros
disse ainda que “o
assédio judicial é uma
rotina na era Bolsonaro,
assim como em governos que
inspiram o bolsonarismo”.
Ele
também diz que a bancada
bolsonarista no Senado está
“empenhada em instituir no
Brasil um regime de arbítrio
e de intimidação,
conspirando permanentemente
contra a liberdade de
expressão e de imprensa”.
Como a vida no BNDES está
inserida na rotina da “era
Bolsonaro”
–
também assistimos aqui a
reprodução dos mesmos
métodos e táticas –,
é mais do que relevante
chamar atenção para essa
discussão mais ampla. Reproduzimos
no último
VÍNCULO
o
artigo
do sociólogo
que
gerou a reação dos
senadores e sugerimos a
leitura de
matéria publicada na
sexta-feira (28),
pela mesma Folha de S.Paulo:
“Liberdade de expressão e
imprensa enfrentam cenário
de violações sistemáticas,
dizem especialistas – Nas
últimas semanas, repórteres
e colunistas sofrem
intimidações de
bolsonaristas e
autoridades”.
Se
não dermos importância ao
que está acontecendo, se
abrirmos mão da indignação,
se naturalizarmos o que tem
ocorrido
no
Brasil,
‘eles’ já terão vencido.
No último
sábado, o povo brasileiro
foi às ruas para demonstrar
que não desistirá tão fácil
do Brasil, para mostrar que
mentira e manipulação têm
limite,
que a reserva de indignação
do povo é enorme.
Certamente, esse foi só o
início da resposta popular
ao desgoverno.
Viva o povo brasileiro! |