O
Ministério Público
Federal
(MPF)
enviou petição à Justiça
Federal no Distrito
Federal, na última
quarta-feira (23),
insistindo na
necessidade de decisão
sobre o pedido de
afastamento de Ricardo
Salles do Ministério do
Meio Ambiente. Ele
responde a ação de
improbidade
administrativa pelo
desmonte deliberado de
políticas públicas
voltadas à proteção
ambiental e, desde julho
(veja
matéria no VÍNCULO),
aguarda-se decisão sobre
o pedido para que fosse
afastado do cargo.
No pedido entregue à
Justiça, a procuradora
Márcia Zollinger afirma
que a permanência de
Salles no comando do
Ministério pode levar a
Amazônia a um ponto de
“não retorno”. Segundo o
MPF, Salles é
responsável pelo
“desmonte das estruturas
de Estado de proteção ao
meio ambiente” e a
permanência dele no
cargo estaria trazendo
“consequências trágicas”
à proteção ambiental,
especialmente em relação
ao aumento do
desmatamento na
Amazônia.
O pedido acontece em
meio ao aumento recorde
nos registros de focos
de calor no Pantanal e
na Amazônia. Entre
janeiro e setembro, o
Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe)
registrou 16.119 focos
de calor no Pantanal,
maior número já
detectado desde o início
das medições, em 1998.
Na Amazônia, já são mais
de 72 mil focos
registrados no mesmo
período, um aumento de
12% em relação ao mesmo
período de 2019.
Ministério do Meio
Ambiente mente sobre
apagão de atendimento à
imprensa
Ministério de Salles diz
em pedido por Lei de
Acesso à Informação não
ter dados que comprovam
declínio de respostas a
jornalistas em 2019,
depois volta atrás
Segundo o
Observatório do Clima,
o ministro do Meio
Ambiente, Ricardo
Salles, tem um estilo
peculiar de manejar a
imprensa. Diferentemente
de todos os seus
antecessores, Salles tem
evitado conversar com
repórteres
especializados na
cobertura ambiental e
frequentemente, quando
confrontado, critica o
noticiário, dizendo que
este ou aquele episódio
“não é bem assim”, “não
é como foi noticiado”
ou, sua frase favorita,
“os fatos não
correspondem à versão”.
No caso da explosão do
desmatamento no ano
passado, informa o site
do Observatório, o
ministro convocou uma
entrevista coletiva para
apresentar resultados de
uma análise supostamente
feita pelo ministério
que provaria que os
dados do sistema Deter,
do Inpe, continham
“imprecisões” e que as
manchetes eram,
portanto,
“sensacionalistas”. Nem
a imprensa, nem o Inpe
jamais tiveram acesso ao
estudo.
“A centralização das
comunicações tem
dificultado à imprensa
cumprir a regra de ouro
do jornalismo: ouvir
sempre o outro lado de
qualquer história”, diz
o Observatório.
Reportagens que
envolvem polêmicas ou
decisões antiambientais
do ministério em geral
vêm com a explicação:
‘Procurado, o Ministério
do Meio Ambiente não se
manifestou’.
Nada diferente do que
aconteceu no
BNDES no ataque ao Fundo
Amazônia.
|