ACONTECE

EDITORIAL
Impressões sobre a primeira reunião com o presidente Levy

Pontos preocupantes: o presidente ainda está estudando e pensando nas possíveis funções do BNDES. A impressão é que está tudo em aberto. E mais: a visão inicial do presidente sobre os temas polêmicos que envolvem o Banco é negativa. Aparentemente, Joaquim Levy ou não leu o "Livro Verde" ou leu e não gostou.

MOVIMENTO

Transparência seletiva

Tudo indica que os ataques constantes do governo à suposta "caixa-preta" do BNDES não são fruto de um comprometimento, digamos, filosófico com a transparência.

MOVIMENTO

Brumadinho: uma tragédia anunciada

O Movimento dos Atingidos por Barragens chegou a organizar uma marcha de Mariana (MG) à Regência (ES), em novembro de 2018, no trecho percorrido pela lama de rejeitos que desceu da barragem do Fundão, três anos antes. “Fazemos memória para que nunca mais se repita”, ressaltou um religioso à época. Mas a tragédia, de forma absurda, se repetiu em Brumadinho na semana passada.      

O MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens – prestou solidariedade às vítimas da tragédia de Brumadinho (MG) ainda na sexta-feira, 25 de janeiro, logo após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, que pertence à mineradora Vale SA. Até ontem (30), no início da noite, já eram contabilizadas 99 mortes em consequência do acidente ambiental, com 259 pessoas ainda desaparecidas, entre trabalhadores e moradores da localidade. “As evidências de mais um crime socioambiental de incalculáveis dimensões nos agridem novamente. O poder público não escutou as comunidades e atuou em favor do poder corporativo para flexibilizar as licenças de ampliação do complexo de barragens em dezembro de 2018”, denuncia a organização em nota.

“Nós do MAB entendemos que se trata de um crime continuado pela Vale contra o povo brasileiro. Há três anos do crime da Samarco com o estouro da barragem de Fundão, em Mariana, nenhuma casa foi construída, não sabemos o número de pessoas atingidas, não temos estudo sobre os impactos na saúde, as mulheres não são reconhecidas como atingidas, entre outras tantas violações ambientais e de direitos dos atingidos”. Segundo a organização, o Poder Judiciário até hoje não responsabilizou nenhum dos diretores das empresas envolvidas no crime e não assegurou a reparação integral das famílias. “Muito pelo contrário, tem atuado na seletividade punitiva, criminalizando a manifestação das famílias, os movimentos populares e as organizações da sociedade civil”, destaca.

Para o MAB, a Vale, que foi privatizada nos anos 90, hoje é uma empresa que só atua visando o lucro dos acionistas, sem qualquer compromisso com a vida humana e o meio ambiente: “Mais uma vez essas grandes empresas e a conivência dos governos demonstram as suas prioridades pelas taxas de lucro em detrimento da qualidade de vida da população. Não há desenvolvimento regional, há destruição de vidas e contaminação dos rios e da natureza”. Para a organização, a história se repete como tragédia. “E nós seguimos lutando por justiça em Mariana, em Brumadinho, na bacia do Rio Doce, no litoral capixaba e em defesa do rio São Francisco”.  

Nos últimos dias, o MAB tem deixado patente sua preocupação com o risco de contaminação do rio São Francisco, o Velho Chico. Andréia Neiva, militante do movimento na Bahia, alerta que se a lama da Barragem da Mina de Córrego do Feijão chegar ao rio São Francisco, por meio de seu afluente, o rio Paraopeba, já contaminado, poderá causar uma catástrofe. “Uma situação como essa seria uma calamidade para o Nordeste, uma região que historicamente sofre com a falta de água e depende quase exclusivamente do rio São Francisco”.

Marcha da Lama – E não foi por falta de luta e de aviso que a tragédia de Brumadinho não foi evitada. Em novembro de 2018, o movimento dos atingidos por barragem organizou uma marcha – “Lama no Rio Doce: 3 anos de Injustiça” – no trecho percorrido pela lama de rejeitos de Mariana (MG) à Regência (ES). E assim noticiou o ato: “A cada ano que passa, as marcas do crime do dia 5 de novembro de 2015 no Rio Doce ficam mais evidentes. Os mais de 50 milhões de m³ de rejeitos de minério derramados nas águas chegaram como um tsunami, devastando tudo o que encontrava no caminho, matando dezenove pessoas e acabando com o modo de vida ribeirinho. Três anos depois, uma marcha que percorre o mesmo caminho da nascente (em Minas Gerais) à foz do Rio Doce (no Espírito Santo) encontra saudade, injustiça, indignação, mas também esperança, união e luta”.

“Foram 10 dias de marcha; onze cidades e 650 km percorridos; dezenas de entidades apoiadoras; sessenta pessoas em movimento constante; mobilização de quase mil atingidos e atingidas; e uma infinidade de violações de direitos encontrados” – destacava o MAB em 19/11/2018. Por todo o Rio Doce, segundo o relato, ainda era possível ver os estragos causados na vida da população pelo crime da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton. “Nós tínhamos a melhor água do mundo, e agora não temos mais. Eles falaram que em dez anos o rio vai estar limpo, mas eu não acredito, porque jamais vão ter condições de limpar o que fizeram”, dizia o pescador Gilson, de Cachoeira Escura (MG).

Em missa celebrada em Mariana (MG), o padre Geraldo, pároco da Igreja Nossa Senhora do Carmo, resumia os objetivos da “Marcha da Lama”: “Fazemos memória para que nunca mais se repita. Para que os responsáveis sejam devidamente punidos pela lei. Para que os atingidos e atingidas sejam devidamente reparados e indenizados. Para que nossa casa comum volte a ser respeitada e o rio volte a ser sinal de vida e esperança para aqueles que nele veem a própria vida”. E a história, de forma trágica, acabou se repetindo.

ENTREVISTA/LEONARDO MAGGI

"A Vale provou que não sabe explorar nossos bens naturais e ainda mata nossos rios e nossos trabalhadores"

Ainda sob o impacto da tragédia de Brumadinho, Leonardo Maggi, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), falou ao VÍNCULO. 

VÍNCULO – Qual é a prioridade do MAB no momento, após o que ocorreu em Brumadinho?

Leonardo – O emergencial é apoiar no socorro às vítimas do rompimento da barragem e na organização das comuni-dades a jusantes, onde a lama está chegando. Isso é muito importante porque a Vale aposta na desorganização e na desmobilização dos atingidos para facilitar a imposição de sua prática, a manutenção da violência que tem praticado com muita propriedade desde Mariana. Três anos depois daquele acidente e uma empresa como a Vale não conseguiu devolver nem as casas dos atingidos. E ainda atua na desagregação e na repressão à organização das vítimas, como se elas fossem os bandidos da história.

V – Há alguma proposta no sentido de mudanças na legislação?

L – Para nós o fundamental é mais que uma mudança na legislação, é uma mudança de postura. A lógica financei-rizada que tomou conta da gestão do patrimônio público e privado cria um ambiente de elevada e acelerada taxa de exploração, no qual processos, protocolos e mecanismos de controle são negli-genciados – tudo em função do lucro rápido, imediato. Isso acontece nas empresas privadas, mas também ocorre em algumas empresas estatais. Então, não basta apenas ter mais rigor na legislação. É necessário mudar a lógica de gestão dessas empresas. Vale ressaltar que os bens mineirais são do povo brasileiro, não são da Vale. Ela tem uma outorga para a exploração. E a empresa provou que não sabe explorar. Provou em Mariana e agora em Brumadinho.  Não sabe explorar nossos bens naturais e ainda mata nossos rios e nossos trabalhadores. Nós precisamos cassar as outorgas de exploração privada de nossos bens minerais. 

V – Que ações ou políticas estão sendo empreendidas pelo MAB?

L – Nós estamos mobilizando brigadas de atingidos por barragens em todo o país para irem a Brumadinho ajudar no apoio às vítimas e na organização das famílias, porque a Vale já está atuando na desmobilização dessas pessoas. Nós estamos fazendo denúncias no Brasil e no mundo todo; atos de mobilização (sexta-feira haverá um aqui no Rio de Janeiro) com a frequência que for necessária para não deixar que tudo caia no esquecimento e para não deixar que tenhamos o mesmo resultado de Mariana, onde depois de três anos ninguém foi preso, ninguém é culpado, nenhuma casa foi construída. Também estamos fazendo campanhas nacionais de doações, inclusive finan-ceiras, para ajudar nesse movimento. Os trabalhadores do BNDES que quiserem contribuir podem fazer contato com o MAB, que nós vamos, com toda a nossa força, lutar para que haja justiça. Para finalizar, deixo aqui um abraço para os trabalhadores do BNDES. Estamos juntos na trincheira da defesa do Banco.

EVENTOS

A fantasia do carnaval invade o Clube da Barra

Baile infantil pré-carnavalesco da sede social acontecerá em 23 de fevereiro, das 11 às 16, com recreação, música ao vivo e muito confete e serpentina. A entrada será franca para sócios e convidados

No dia 23 de fevereiro, domingo, de 11 às 16h, a alegria do carnaval invadirá o Clube da Barra (Av. Ayrton Senna 550, Barra da Tijuca). O baile infantil pré-carnavalesco promete diversão para pais e filhos com distribuição de confete, serpentina, concurso de dança, desfile de fantasias, tatuagem mania, oficina de máscaras de carnaval e recreação da Animação Diferenciada.

A música fica por conta da Banda Pérola, que animou os foliões no baile pré-carnavalesco do ano passado. No repertório, as clássicas marchinhas de carnaval, sambas-enredo e os maiores sucessos do momento. A entrada será franca para sócios e convidados.

Folia em Itaipava – Na terça-feira de carnaval, a Pousada Clube Itaipava também terá festa para os pequenos hóspedes com música, recreação e distribuição de confete e serpentina.

ESPORTES

Inscrição para novo campeonato de futebol termina dia 5

Definição das equipes será feita por meio de sorteio, o chamado “mão no saco”. Competição está prevista para começar antes do carnaval

Seguem até o dia 5 de fevereiro as inscrições para o próximo campeonato de futebol soçaite da AFBNDES, envolvendo sócios efetivos e especiais. O registro individual dos jogadores pode ser feito no Setor de Atendimento da AF, localizado no mezanino do Edserj, ou no Clube da Barra.

A competição, prevista para começar antes do carnaval, terá a definição das equipes por meio de sorteio – o chamado “mão no saco”. As equipes, mantendo a tradição de homenagens que caracteriza esses campeonatos, levarão nomes de times que disputam o Campeonato Carioca de Futebol.

O sorteio levará em conta a faixa etária dos atletas e as posições indicadas na ficha de inscrição (goleiro, defensor, meio-campo ou atacante). O formato do campeonato e o seu regula-mento serão decididos após a definição do número de jogadores inscritos e de times formados.

Poderão participar da competição sócios de qualquer categoria da AFBNDES e respectivos dependentes – excetos os empregados do Clube da Barra e dependentes. A taxa de inscrição será de R$ 180,00 por jogador, podendo ser dividida em até quatro vezes, sem juros, no cartão de crédito. Os goleiros estão isentos da taxa e podem ser convidados.

NÃO PERCA

Contagem regressiva para o Carnaval 2019

Os blocos e as escolas de samba não veem a hora de colorir a cidade com a magia do carnaval. Os ensaios e festas já dão uma previa de como será a folia deste ano.  Confira a agenda agitada do final de semana:

1º de fevereiro (sexta-feira) – Noite das Campeãs na Estácio de Sá, às 22h30, na quadra da escola de samba (Av. Salvador de Sá 206, Estácio), ingressos a R$ 30,00; Ensaio do Carrossel de Emoções, às 22h, na Prado.com (Praça Santos Dummont 31, Gávea), ingressos a R$ 60,00 e R$ 40,00; Ensaio da Portela com a participação da Império Serrano, às 23h, na quadra da escola (Rua Clara Nunes 81, Madureira), ingressos a R$ 15,00.

2 de fevereiro (sábado) – Feijoada Carnavalesca com a Bateria da Beija Flor de Nilópolis, às 12h, no Cordão da Bola Preta (Rua da Relação 3, Lapa), ingresso a R$ 30,00 (com feijoada); Ensaio da Mangueira, às 22h, Rua Visconde de Niterói 1072, Mangueira, ingressos a R$ 50,00; Lançamento do enredo da Banda da Conceição 2019, às 17h, no Largo de São Francisco da Prainha, entrada gratuita; Bloco infantil Mini Seres do Mar, às 15h, Museu de Arte do Rio (Praça Mauá 5, Centro), entrada gratuita; Ensaio do Traz na Caçamba, às 18h, no Bar do Antonio (Rua Joaquim Silva 133, Lapa); Velha Guarda da Portela e Arlindinho, às 19h, no Terreirão do Samba (Rua Benedito Hipólito 66, Centro), entrada gratuita.

3 de fevereiro (domingo) – Ensaio do Volta Alice, às 17h, na Rua do Mercado 23, Centro; Feijoada do Rena - Grupo Arruda e Quintal da Xika, às 13h, Renascença Clube (Rua Barão de São Francisco 54, Andaraí), entrada a R$ 20,00; Simpatia é Quase Amor, às 14h, Praça General Osório, Ipanema; Roda de Samba do Cacique de Ramos, às 17h, na sede do Cacique (Rua Uranos 1326, Olaria); Ensaio do Céu na Terra, às 11h,  na Fundição Progresso ( Rua dos Arcos 24, Lapa),  ingressos a R$ 10,00; Ensaio do Sargento Pimenta, às 15h, na Fundição Progresso, ingressos a R$  15,00.