1. Por que ser candidato ao CA? – O diálogo com os
representados
A
representação no Conselho de Administração (CA) do
BNDES não se confunde com a Associação dos
Funcionários, mas também pode e precisa ser uma
ferramenta dos empregados em defesa do Banco.
Na atual conjuntura, a
principal tarefa do
Conselheiro
é saber usar estrategicamente as informações
a
que tem acesso para mobilizar
os empregados do Banco e alertar a opinião pública
sobre os riscos aos quais o
BNDES
está submetido. Claro, respeitados os limites de
confidencialidade eventualmente impostos
à
ação do Conselheiro.
A questão fundamental é que a
atividade do Conselheiro não pode ser isolada. É
preciso organizar os empregados em torno do
Mandato.
É preciso que a atuação do
Conselheiro
seja acompanhada e debatida. Isso requer habilidades
específicas: determinação,
independência intelectual, capacidade organizativa e
liderança.
Os esforços despendidos pela
atual administração do BNDES para evitar que um
diretor da AFBNDES fosse candidato
ao
Conselho mostram o quanto
pode fazer diferença
quem vamos escolher
para representante dos empregados no CA.
2. Como pretendo organizar minha atuação como
Conselheiro – A Representação como Construção
Coletiva
Para enfrentar as questões
identificadas acima, me comprometo a organizar dois
fóruns para acompanhar e auxiliar a atuação do
Conselheiro.
O primeiro é o
Conselho do Conselheiro.
Um órgão consultivo composto de colegas com
diferentes expertises e/ou que representem
diferentes segmentos do Banco.
Assumimos o compromisso de que
o Mandato
será acompanhado de perto e discutido. Ao mesmo
tempo, a expertise diversa desses colegas auxiliará
a minha atuação no CA.
As reuniões do
Conselho do Conselheiro
ocorrerão, ordinariamente, em periodicidade mensal.
O segundo fórum será
a
Plenária
que ocorrerá ordinariamente de três em três meses,
sendo aberta ao conjunto dos empregados.
Queremos uma experiência
Coletiva,
de verdadeira Representação
dos empregados do BNDES no Conselheiro de
Administração.
A crise resultante da pandemia
de Covid-19
nos fez lembrar
que um Banco
de Desenvolvimento
forte pode fazer muita falta para amortecer os
efeitos de choques externos, amplificados pelos
canais privados do crédito, em contextos de alta
instabilidade. Não queremos fugir do debate e
buscaremos construir respostas afirmativas à crise,
com foco na inovação e renovação das formas de nossa
atuação, em suporte
à
formação de capital e
ao
desenvolvimento nacional. O rabo não deve abanar o
cachorro. A discussão sobre o tamanho do
Banco
deve ser subordinada
à
discussão qualificada sobre seu papel e escopo de
atuação, assim como aos critérios de racionalidade
alocativa que devem balizar sua atuação.
Os empregados do Banco têm
que pressionar a atual administração para que o
BNDES tenha uma atuação decisiva na atual crise
econômica e sanitária. Não podemos ser omissos
diante da atuação medíocre que caracterizou o
comportamento do Banco até o presente momento.
3. A experiência à frente da AFBNDES – A Defesa do
BNDES
Os
quase quatro anos em que estou dedicado à direção da
AFBNDES foram intensos. Em colaboração com outros
colegas da Diretoria e do Conselho Deliberativo da
Associação, não tenho medo de afirmar que
transformamos completamente a entidade para que ela
pudesse ser o que é hoje:
a principal instituição
de defesa do BNDES.
Com o apoio decisivo dos
empregados do Banco, fizemos diferença várias vezes.
A campanha em
defesa da TJLP (ou
contra sua destruição sem que nada mais racional
fosse colocado em seu lugar) ajudou a transformar as
discussões sobre o tema num debate nacional, com
presença na mídia, três audiências públicas com
assento para a AFBNDES etc. A Associação se projetou
como uma instituição séria, técnica, e que precisa
ser ouvida quando o tema é o BNDES. Desde então
nossa participação no debate público e nossa atuação
no Congresso só cresceu em importância.
Fizemos a diferença na atuação
e nos processos judiciais
contra a
devolução dos aportes do Tesouro Nacional,
na defesa dos colegas injustamente perseguidos por
conta da
operação Bullish,
no enfrentamento do mito da
“caixa-preta”,
na atuação contra os remendos na proposta da
PEC da Previdência
que miravam atingir o
Banco, com a histórica mobilização de empregados e
ex-presidentes da Casa no Teatro Arino Ramos
Ferreira, na defesa do
Fundo Amazônia
e nas denúncias
recentes sobre impropriedades na condução da
BNDESPar.
Essas foram algumas batalhas enfrentadas pelo corpo
funcional benedense com a reconhecida liderança da
AFBNDES.
Minha atuação na AFBNDES foi
caracterizada também como a de um promotor do
diálogo e do entendimento na Casa. Como diretor da
AFBNDES, estive, inclusive, à frente da costura do
acordo da
Mesa FAPES
e da promoção de
entendimento e apoio à FAPES no
conflito com a Rede
D'Or. O
reconhecimento do sucesso dessas intervenções parece
muito amplo entre os que estiveram envolvidos em
tais situações.
4. E como fica a AFBNDES?
A AFBNDES vai muito bem,
obrigado. As pessoas que deveriam estar preocupadas
com minha eventual eleição para o
Conselho de Administração do Banco –
para minha alegria
–
apoiam minha candidatura. Tenho amplo apoio entre os
diretores atuais da AFBNDES e estamos todos cheios
de planos sobre o futuro da Associação.
Minha principal função na
AFBNDES é –
já há algum tempo
–
a defesa institucional do BNDES. Estar no CA teria o
efeito de potencializar meu conhecimento e mesmo o
preparo para exercer melhor essa função, respeitados
os limites de confidencialidade eventualmente
impostos à
ação do
Conselheiro. Ou seja,
respeitados tais limites, ainda assim é grande a
sinergia entre as duas funções.
5. Conflito por eu ser presidente da AFBNDES
Para quem não sabe, o
representante dos empregados no CA não pode votar em
matérias trabalhistas e previdenciárias. Certa ou
errada tal regra, ela foi criada para mitigar o
potencial conflito de
interesses
relativo ao representante dos empregados em sua
atuação no
Conselho.
Por que essa previsão não
mitigaria também o conflito acerca de um eventual
representante que fosse também presidente da
AFBNDES? Será
que um Conselheiro
Eleito
tem menos compromisso com os empregados que o
elegeram?
Não há nada de excepcional no
desempenho das duas funções. Na Caixa Econômica
Federal a atual representante
dos
empregados no CA, Rita Serrano, é liberada
por Acordo Coletivo de
Trabalho e
é diretora da FENAE (Federação
Nacional das Associações do Pessoal da Caixa
Econômica Federal).
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