Movimento

Edição nº1372 – quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Pressão dos bancários suspende efeitos da MP 905

Proposta de aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho garante direitos e jornada da categoria. Negociação com a Fenaban continua

O comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) negociaram por quase 10 horas na última terça-feira (26) sobre a proposta que neutraliza os efeitos da Medida Provisória (MP) 905/2019, que ataca a categoria bancária aumentando a jornada de trabalho no setor e abrindo a possibilidade do trabalho aos sábados, domingos e feriados.

Na reunião com a Fenaban, o Comando dos Bancários ga-rantiu que a jornada de trabalho será mantida de segunda a sexta-feira, que não haverá aumento de jornada e que a PLR continuará sendo negociada com os sindicatos, impedindo a redução de verbas salariais. Como é hoje, o trabalho aos sábados somente será permitido se houver negociação com o movimento sindical.

"Apresentamos uma proposta de aditivo à nossa CCT que garante os direitos, a jornada e impede a redução salarial da categoria. Os bancos propuseram mudanças que mantêm o que diz a MP e contrariam o que está em nossa convenção. Deixamos claro que não poderíamos fazer um acordo deste, pois seria reabrir as negociações de termos já negociados e definidos em acordo coletivo", explicou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

"Aceitar as mudanças seria desconsiderar o valor de nossa mesa de negociação. Negociamos uma Convenção Coletiva e os bancos vão no governo e pedem uma medida provi-sória? Deve haver respeito à mesa de negociação por ambos os lados", disse Juvandia. "O que queremos é manter o que firmamos em nosso acordo de dois anos", completou.

"A Fenaban insistia em alterações que reduziam direitos e alteravam o que tínhamos definido em nossa CCT. Aceitar estas alterações seria o mesmo que aceitar a implantação da MP. Isso não seria possível", ressaltou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando Nacional.

Ao final do dia, as negociações avançaram, com a garantia da jornada e da negociação da PLR apenas pelos sindicatos. A negociação com a Fenaban continuará nos próximos dias. Até que o aditivo seja assinado, os efeitos da MP 905 continuam suspensos.

"Os bancos costuraram um acordo com o governo nos itens da MP 905 que trariam prejuízos para a nossa categoria e desrespeitavam a Convenção Coletiva de Trabalho. Deixa-mos claro que não há acordo que resulte em redução de direitos dos bancários. Precisamos manter a unidade e a mobilização. Esta tentativa de ataque às nossas conquistas deixa, mais uma vez, a lição do quanto o sindicato é importante para a vida do trabalhador", disse a presidente do Sindicato do Bancários do Rio (Seeb-Rio), Adriana Nalesso.

 

Editorial

Vender e devolver: crônica de uma morte anunciada

Acontece

Plenária sobre o PAS será no dia 16 de dezembro

Acontece

Menos é mais na SIPAT do BNDES até amanhã

VERSÃO IMPRESSA

(arquivo em PDF)

 

EDIÇÕES ANTERIORES

(a partir de 2002)

AGENDA

Palestra com Francisco Louçã – Será realizada nesta sexta-feira (29), às 15h, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos/UFRJ (Av. Rui Barbosa 762, Flamengo), palestra do economista Francisco Louçã sobre o tema: “Estagnação ou Longo Período de Baixo Crescimento”. Como debatedor, Mário Possas (IE/UFRJ); e como coordenadora da mesa, Lavínia Barros de Castro (BNDES). A promoção é do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Mais eventos na edição on-line.

Seminário da Brasilidade – Na próxima segunda-feira (2), às 19h, no casarão Resedá (Rua Pedro Américo 277), será realizado um encontro sobre Estratégia Nacional, com Ronaldo Carmona, doutor e mestre em Geografia Humana pela USP, ex-chefe da Assessoria Especial de Planejamento do Ministério da Defesa e professor da Escola Superior de Guerra; e Francisco Carlos Teixeira, doutor em História pela Universidade Livre de Berlim e UFF (1991), com Pós-Doutorado em História Política e Social na USP, na Universidade Técnica de Berlim e na Universidade Livre de Berlim, 2011 e 2013, e professor do PCSDSA/CPDA/UFRuralRJ.