Movimento |
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Edição nº1371 –
quinta-feira, 22 de novembro
de 2019 |
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Com nova reforma,
Bolsonaro
intensifica
precarização das
relações de trabalho
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Consulta pública no
site do Senado
Federal
relacionada à Medida
Provisória 905/2015,
que ataca a
categoria bancária
aumentando a jornada
de trabalho no
setor, exceto para
os que trabalham na
função de caixa,
mostra que a
iniciativa do
governo Bolsonaro
tem sido rejeitada
pela população. Até
a tarde de ontem
(21), 52.203 pessoas
rejeitavam a
proposição, contra
1.830 que
concordavam com a
MP, que também
libera a abertura
das agências
bancárias aos
sábados.
Segundo o Dieese, o
aumento da jornada
de trabalho para
bancários e
bancárias tem
potencial de ampliar
o desemprego: “a
cada 2 trabalhadores
com jornadas de 44
horas semanais, um
poderá ser
demitido”. A
consulta é a que tem
recebido o maior
volume de reações no
sistema do Senado
este ano. Antes
dela, a Medida
Provisória da
Liberdade Econômica
era a que contava
com o maior número
de votos (41,8 mil),
em quatro meses de
tramitação. A MP 905
foi assinada em 11
de novembro.
O valor da
Participação nos
Lucros e Resultados
(PLR) dos
trabalhadores também
pode ficar menor
graças a MP.
“O texto prevê que
quem tem ensino
superior e ganha
cerca de R$ 11 mil
poderá negociar
sozinho com o patrão
o valor a receber de
PLR, sem a presença
do seu sindicato e
sem levar
em conta o acordo da
categoria. Os
trabalhadores que
ganham abaixo deste
teto também poderão
negociar, mas em
conjunto, com a
participação de uma
comissão de
empregados, porém,
sem a presença dos
sindicatos”, destaca
a Contraf-CUT.
Na semana passada, o
Comando Nacional dos
Bancários conseguiu
segurar a
implantação da MP
até que seja
concluída negociação
com a Federação
Nacional dos Bancos
(Fenaban). A próxima
reunião será
realizada no dia 26
de novembro.
Nova reforma
trabalhista
Outros pontos da MP
905/2015, que é
considerada uma nova
reforma trabalhista:
– Desonera as
empresas, mas onera
os desempregados com
o pagamento da
contribuição
previdenciária para
aqueles que
acessarem o
seguro-desemprego.
– No lugar de
promover empregos,
facilita a demissão
de trabalhadores e
pode estimular a
informalidade. A
proposta enfraquece
mecanismos de
registro,
fiscalização,
punição e determina
a redução de custos
com demissão.
– Amplia a
desregulamentação da
jornada de trabalho
instituída na
reforma trabalhista
de 2017 com a
liberação do
trabalho aos
domingos e feriados,
sem pagamento em
dobro; pago apenas
se o trabalhador não
folgar ao longo da
semana.
– Incentiva a
negociação
individual e a
fragmentação das
normas.
– Dificulta a
fiscalização do
trabalho, inclusive
em situações de
risco. Retira do
sindicato a
autoridade para
também interditar
local de trabalho
com risco iminente.
– Acaba com a
obrigatoriedade de
registro para oito
categorias
profissionais,
afetando
jornalistas,
sociólogos,
radialistas,
atuários,
secretários,
publicitários,
arquivistas e
técnicos de arquivo.
Representantes
dessas categorias
denunciam que a
medida precariza
ainda mais as
relações de
trabalho.
Segundo o Dieese, a
Medida Provisória,
sob o pretexto de
estimular o primeiro
emprego de jovens,
decreta mais
uma reforma
prejudicial aos
trabalhadores: “Cria
a modalidade de
contrato de trabalho
precário;
intensifica
a jornada de
trabalho, que pode
resultar em aumento
do desemprego;
enfraquece os
mecanismos de
registro,
fiscalização e
punição às
infrações; fragiliza
as ações de saúde e
segurança no
trabalho; reduz o
papel da negociação
coletiva e da ação
sindical; ignora o
diálogo tripartite
como espaço para
mudanças na
regulação do
trabalho; e, por
fim, beneficia os
empresários com uma
grande desoneração
em um cenário de
crise fiscal,
impondo aos
trabalhadores
desempregados o
custo dessa
“bolsa-patrão”.
Confira as
notas técnicas do
Dieese
e do
Diap
sobre o MP. |
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VERSÃO IMPRESSA |
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(arquivo em PDF) |
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AGENDA |
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Palestra com Randall
Wray sobre déficits,
dívida e crescimento
Palestra com
o economista Randall
Wray: "Déficits, Dívi-da
e Retomada do
Crescimento: a Moderna
Teoria da Moeda como
alternativa". Debatedor:
Leonardo Burlamaqui (Uerj
e Levy Economics
Institute). Na próxima
terça-feira (26), às
17h30, no Colégio
Brasileiro de Altos
Estudos/UFRJ (Av. Rui
Barbosa 762, Flamengo). |
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