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Edição nº1368 –
quinta-feira, 31 de
outubro de
2019 |
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Brasil
vive colapso nos
investimentos produtivos
Para
Dieese, diminuir o
mercado interno,
empobrecer a população,
piorar a vida dos
trabalhadores e reduzir
direitos sociais não é
maneira de enfrentar os
problemas e estimular o
crescimento econômico |
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Brasil, de Thiago, está na
repescagem da Copa Sensação |
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O plenário do Senado
aprovou, no dia 22
de outubro, em
segundo turno, o
texto-base da
reforma da
Previdência.
Prioridade da agenda
econômica do
governo, a reforma
foi aprovada oito
meses após o
presidente Jair
Bolsonaro enviar a
PEC 06/2019
(Proposta de Emenda
Constitucional) ao
Congresso.
A equipe econômica
do governo, que até
recentemente
afirmava que a
aprovação da reforma
traria crescimento
econômico e emprego,
mudou o discurso.
Agora diz que mesmo
com o avanço das
reformas, a economia
continuará
patinando, sem
perspectivas de
recuperação no curto
e no médio prazos. A
previsão esperada do
crescimento do PIB
para este ano é de
cerca de 0,9% e,
para o ano que vem,
de 1,8%.
Segundo o Dieese, na
última edição de seu
Boletim de
Conjuntura, não há
recuperação
econômica à vista.
"O que se assiste é
a continuidade da
deterioração das
condições de emprego
e renda dos
trabalhadores.
Cálculos de
assessorias
empresariais estão
projetando que,
mesmo que o Produto
Interno Bruto
retorne, em 2021, ao
patamar de antes da
crise, o PIB per
capita só voltará ao
nível desse mesmo
período em 2023".
Para o Departamento
Intersindical, a PEC
06/2019 provocará
grande prejuízo
social e econômico a
quase 100 milhões de
brasileiros que
dependem direta ou
indiretamente da
Previdência Social:
"Sistemas de
seguridade social
que proporcionam
condições razoáveis
de saúde,
previdência e
assistência social
encontram-se no
‘olho do furacão’ no
mundo todo.
Tornaram-se artigo
de luxo em países
subdesenvolvidos e
periféricos como o
Brasil e, mesmo nos
países capitalistas
centrais,
trabalhadores
encontram grandes
dificuldades para
manter os direitos
laborais, de saúde e
previdenciários,
obtidos em lutas
seculares".
O início do desmonte
do Estado
brasileiro, de
acordo com a equipe
técnica do Dieese,
começou em 2016.
"Primeiro,
aprovou-se a Emenda
Constitucional 95,
que congelou em
termos reais, por 20
anos, todos os
gastos do orçamento
da União (saúde,
educação,
meio-ambiente etc.),
exceto os destinados
ao pagamento da
dívida pública. Em
seguida, veio a
regulamentação da
contratação de
terceirizados em
atividades fim das
empresas. Depois, a
reforma trabalhista
em 2017, que retirou
direitos e está
levando os
sindicatos à asfixia
financeira. E ainda
há muitas outras
medidas com menor
alcance colocadas em
prática. Tudo isso
tem como resultado o
desmonte do mercado
e da proteção
laboral, a redução
dos salários e da
renda do trabalho".
Este desmonte também
passa pela política
de privatizações. O
governo anunciou, em
agosto, a relação
das 14 empresas
estatais que deverão
ser privatizadas.
"As grandes empresas
públicas nacionais
são de interesse de
grupos econômicos de
todo o mundo.
Somente Petrobras,
Eletrobrás, Banco do
Brasil e Caixa
possuem juntos mais
de 80 subsidiárias,
que, a depender da
decisão do STF,
poderão ser
privatizadas pelo
governo sem
licitação e controle
do Congresso
Nacional", informa o
boletim. A
Petrobras, chama a
atenção o Dieese,
está sendo vendida
aos poucos:
"Recentemente, foi
anunciada a decisão
de privatizar a BR
Distribuidora,
reduzindo de 71%
para 40% a
participação da
empresa na
subsidiária e
colocando em
movimento uma das
maiores
transferências de
patrimônio público".
O boletim do Dieese
também destaca o
caso da Argentina,
cujo governo –
derrotado no último
domingo em eleições
presidenciais –
aplicou programa
econômico semelhante
ao do governo
brasileiro: "Além de
crescimento medíocre
e do empobrecimento
da população, a
instabilidade
financeira tornou a
situação dramática
no país vizinho. Em
2018, em decorrência
de uma crise
cambial, o país teve
que voltar a
recorrer ao Fundo
Monetário
Internacional (FMI),
sob pena de sofrer
um processo de
quebradeira
financeira. Juros
altos, recessão,
desemprego nas
alturas e inflação
de quase 50%
marcaram a economia
do país nesse
período".
Colapso nos
investimentos –
De acordo com o
Dieese, o Brasil
sofre um verdadeiro
colapso nos
investimentos
produtivos. "A taxa
de investimento está
no menor patamar em
mais de 50 anos,
mostrando a
debilidade da
economia nos gastos
com máquinas e
equipamentos,
construção civil e
inovação". Segundo
os economistas
Marcel Balassiano e
Juliana Trece, do
Ibre/FGV, na média
dos últimos quatro
anos, a taxa de
Formação Bruta de
Capital Fixo (FBCF)
ficou em meros 15,5%
do PIB, percentual
tão baixo que só é
encontrado, na série
histórica, na média
dos quatro anos
entre 1964-1967. No
ano passado, a FBCF
estava em 15,8% do
PIB. Segundo dados
do FMI, a taxa média
global ficou em
26,2% do PIB, mais
de 10 pontos
percentuais acima da
verificada no
Brasil.
"Com a queda dos
investimentos e o
aumento do
desemprego,
constata-se rápido
aumento do número de
brasileiros que vive
na pobreza",
sustenta o Boletim
de Conjuntura do
Dieese. "De acordo
com o IBGE, os que
vivem abaixo da
linha de pobreza
extrema (cujos
ganhos não passam de
R$ 7,00 diários)
saltaram de 13,5
milhões, em 2016,
para 15,2 milhões,
em 2017. Quando
consideradas as
famílias que vivem
com menos de R$
406,00 por mês, o
total subiu de 53,7
milhões, em 2016,
para 55,4 milhões em
2017. Em 2008,
quando explodiu a
crise mundial, em
pleno epicentro do
sistema capitalista,
o Brasil soube
enfrentar o tsunami
com políticas
anticíclicas de
crescimento,
manutenção das
políticas sociais,
expansão do mercado
consumidor interno
(via salário mínimo
e geração de
empregos) e aumento
dos investimentos
públicos (Minha
Casa, Minha Vida,
por exemplo). Agora,
com a possibilidade
de nova turbulência
global, o governo
desmantela as
estruturas
econômicas e sociais
que poderiam mitigar
os efeitos da crise
e ainda acena com
‘reformas mais
severas’. Diminuir o
mercado interno,
empobrecer a
população, piorar a
vida dos
trabalhadores e
reduzir direitos
sociais e
trabalhistas não é
maneira de enfrentar
os problemas e
estimular o
crescimento
econômico" (link
para o Boletim de
Conjuntura do Dieese
está presente na
edição on-line). |
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VERSÃO IMPRESSA |
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(arquivo em PDF) |
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Movimento |
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Atos em defesa dos
bancos públicos e da
soberania
Centrais sindicais e
movimentos sociais estão
em movimento. Ontem (30)
foi realizado um ato em
Brasília, em frente ao
Ministério da Economia,
para defender a
soberania e o emprego e
combater o projeto de
privatizações. “Todos os
períodos de crescimento
econômico que nós
tivemos no Brasil
contaram com a
intervenção do Estado,
com investimento dos
bancos públicos, em
especial do BNDES, e das
empresas estatais, como
fez a Petrobras que, ao
decidir pela construção
de plataformas no país,
recuperou o setor naval,
gerando milhares de
empregos”, diz o
presidente da CUT,
Sérgio Nobre.
Na tarde de terça-feira
(29) houve, no Sindicato
dos Bancários do
Distrito Federal, o seminário
“O Brasil é nosso”,
promovido pelas frentes
parlamentares mistas em
defesa da soberania
nacional e dos bancos
públicos, com o apoio da
Contraf-CUT e da
Federação Nacional das
Associações dos
Empregados da Caixa (Fenae).
“Os bancos públicos são
instrumentos
estratégicos. Quando bem
usados pelo governo,
dispõem crédito para o
desenvolvimento e,
consequentemente, geram
emprego e renda para os
trabalhadores”, destaca
a presidente da
Contraf-CUT, Juvandia
Moreira. “Mais do que
isso, os bancos públicos
são fundamentais para o
desenvolvimento
igualitário do país,
como determina a
Constituição Federal.
São os bancos públicos
que concedem crédito
para as regiões mais
carentes”, completa.
Levantamento realizado
pelo Dieese, com base em
dados do Banco Central
de março de 2019, mostra
que 90,9% do crédito na
região Norte são
concedidos por bancos
públicos. No
Centro-Oeste, 88,1%; no
Nordeste, 84,8%; e no
Sul, 80,5%. Somente na
região Sudeste os bancos
privados detêm a maior
parte do crédito: 69,3%. |
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