a) A TLP protegerá o
trabalhador ao melhorar
a remuneração do Fundo
de Amparo ao Trabalhador
(FAT), que hoje é
deficitário, eliminando
o risco de
descontinuidade ou
redução das políticas de
assistência ao
trabalhador.
Falso.
O FAT não é uma conta
individual, portanto o
retorno não é para os
trabalhadores. Os
recursos do FAT são
utilizados para custear
abono e seguro
desemprego, mas
raramente se utiliza o
retorno financeiro do
FAT para pagar essas
contas. Além disso, com
a EC95/2016, o governo
já vem anunciando que
quer acabar com o abono
salarial e pretende
também rever regras do
seguro desemprego.
b) A TLP contribuirá
para o equilíbrio
fiscal, ao melhorar a
rentabilidade dos
recursos públicos,
oriundos de receita
tributária, que formam
os fundos abrangidos
pela medida.
Falso.
Se a política encarecer
o crédito, o total de
empréstimos pode até
cair.
c) A TLP contribuirá
para aumentar a potência
da política monetária e
para a redução da taxa
de juros estrutural da
economia brasileira,
pois ao reduzir o volume
de crédito alheio aos
efeitos do principal
instrumento de política
monetária, a TLP
permitirá a redução na
taxa estrutural de
juros, com reflexos
positivos na diminuição
do custo do crédito no
país.
Falso.
Esse argumento é
enganoso. A taxa de
juros é alta não porque
existe crédito
direcionado. A
causalidade é o inverso,
existe crédito
direcionado porque a
taxa de juros de curto e
longo prazo sempre foi
muito alta. O governo
culpa o crédito
direcionado e não
responsabiliza a alta
concentração bancária e
a formação de juros pelo
cartel dos bancos.
d) A TLP democratizará o
crédito mais barato,
considerando que
atualmente uma parcela
pequena das empresas tem
acesso a crédito
subsidiado. A redução do
custo do crédito para
todas as empresas terá
importante efeito
distributivo de renda,
melhor alcançando
setores e regiões menos
privilegiados.
Falso.
O BNDES empresta para
mais de 90% das empresas
e para empresas de todos
os portes. Não dá para
entender como encarecer
o funding do
BNDES pode baratear o
crédito no Brasil.
e) A TLP fomentará o
financiamento privado de
longo prazo e o mercado
de capitais. A redução
da diferença entre a
taxa de longo prazo
praticada pelo BNDES e
por financiadores
privados, aproximando-as
à taxa corrente de
captação do Tesouro
Nacional, atrairá
agentes privados ao
mercado de longo prazo.
Também ampliará as
opções aos tomadores e
fomentará o mercado
secundário de
securitização de
créditos de longo prazo,
potencializando o
funding para o
setor.
Falso.
Esse argumento é
enganoso. A causalidade
é o inverso. Existe
crédito direcionado
porque não existia uma
fonte interna de crédito
de longo prazo, nem
mercado de capital
sólido. Quase todos os
países do mundo têm uma
solução estatal de
crédito de longo prazo.
No Brasil, o fim do
BNDES não fará surgir um
mercado de títulos de
longo prazo. Se existir,
será a custo sempre
muito alto, dado o risco
dessas operações. O mais
provável é que as
empresas recor-ram a
crédito externo, dos
fornecedores. Com isso,
os fornecedores
nacionais de máquinas,
equipamentos e
construção deixarão de
ter demanda, levando a
mais
desindustrialização.
f) A TLP permitirá ao
BNDES contar com o
mercado secundário de
securitização de
créditos de longo prazo,
o que ampliará a
disponibilidade e
liquidez de recursos
para o financiamento de
projetos de longo prazo
no país.
Verdadeiro.
Esse parece ser o
principal motivo para
essa medida.
g) A TLP estimulará o
BNDES a buscar fontes
mais baratas de
financiamento, tanto no
mercado doméstico
quanto, especialmente,
no mercado
internacional, que
dispõe de recursos
amplos para tal.
Problema.
Esse é um dos grandes
problemas da medida,
pois vai aumentar o
risco cambial do crédito
no Brasil. Seja porque
as empresas irão captar
diretamente no exterior,
seja porque o BNDES irá
captar. Aumentando ainda
mais a fragilidade
financeira da economia a
choques externos.
Enfim, mesmo que se
queira fazer ajustes no
custo do funding
do BNDES, a proposta da
TLP é péssima para o
país. Irá encarecer o
crédito e a taxa será
extremamente volátil e
pró-cíclica. Portanto, o
BNDES deixará de cumprir
o seu papel anticíclico
e de garantir crédito a
longo prazo a custo
internacionalmente
competitivo.