O apoio do BNDES a obras no exterior
Campanha que se propõe a abrir e alimentar debate público qualificado sobre o papel e a atuação do BNDES completa um mês. Site conta com depoimentos de funcionários do Banco

 
 
 
   

Faz um mês que a AFBNDES colocou no ar o site www.precisamosfalarsobreobndes. com.br, destaque da campanha promovida pela AFBNDES para qualificar o debate público a respeito do BNDES. Estruturado com perguntas e respostas, o site incentiva o compartilhamento de posições do corpo funcional benedense sobre o Banco nas redes sociais. "O Brasil precisa de um Banco de Desenvolvimento. Estão precisamos falar sobre o que está acontecendo com o nosso", assinalam as primeiras frases do site, para depois responder algumas interrogações sobre temas polêmicos, como o apoio da instituição a obras fora do país.

Com tanta carência no Brasil, por que o BNDES apoia obras no exterior?

"Em primeiro lugar, o apoio a obras no exterior gera retorno em moedas fortes (dólar ou euro) e o Brasil é um país que historicamente sofre com a falta de acesso a essas moedas. O BNDES desembolsa em reais para as construtoras brasileiras e depois recebe o pagamento em dólares durante o prazo do financiamento. Em resumo, apoio a obras no exterior significa exportação de serviços brasileiros.

A segunda razão é que essas obras têm impacto na cadeia de fornecedores das construtoras localizadas no Brasil. Isso significa geração de emprego e renda no país.

São apenas quatro as principais empresas que participam deste setor. A Odebrecht é a líder. Sua participação nos financiamentos à exportação do BNDES equivale à sua participação nesse mercado.

Dentre as empresas de engenharia brasileiras, três são responsáveis por 96% do total de bens e serviços de engenharia exportados. Na Alemanha, por exemplo, ocorre a mesma coisa. A principal empresa responde por 76% do mercado e as três maiores, por 96%.

Importante também lembrar que as exportações de bens e serviços apoiadas pelo BNDES entre 2007 e 2014 movimentaram uma cadeia de 3.528 fornecedores no Brasil, sendo 2.745 micro, pequenas e médias empresas.

Além disso, quando um país alcança a capacitação para a realização de grandes obras de infraestrutura como o Brasil alcançou (algo que não é fácil, nem comum entre países em desenvolvimento), é importante manter essa capacidade em operação. O BNDES apenas empresta recursos. Para que esses recursos sejam empregados é fundamental que alguém acredite que há emprego lucrativo para eles. E como a atual recessão tem mostrado, essa disposição flutua ao longo do tempo. Se nossas construtoras forem exportadoras, elas têm mais flexibilidade para compensar a queda de demanda interna com obras fora do Brasil.

Finalmente, o Brasil é um país continental com fronteiras com vários de seus vizinhos. Essas conexões regionais na América do Sul ainda se encontram largamente inexploradas. O BNDES deu apenas os primeiros passos nessa direção, mas é um instrumento que pode ser colocado mais prioritariamente a serviço dessa missão. Há um conjunto importante de obras de infraestrutura que permitiriam aumentar o comércio regional e racionalizar a utilização do potencial energético da América do Sul. Essa é uma agenda fundamental para o futuro do país".

O Brasil deu dinheiro para Cuba, Venezuela e Angola?

"Não. O BNDES participa do sistema brasileiro de apoio às exportações, junto com Banco do Brasil, Tesouro Nacional e Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, coordenados pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) – composta pela Casa Civil, Ministérios das Relações Exteriores, Fazenda, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços e Planejamento.

As empresas brasileiras exportadoras estão entre as mais competitivas do país. E estão concorrendo com empresas exportadoras do mundo inteiro. Em geral os países dispõem de instrumentos exclusivos para apoio às exportações, as chamadas Agências de Crédito à Exportação (ACE). Em alguns países o sistema é ainda mais sofisticado, havendo entidades especializadas no crédito à exportação e outras no seguro de crédito.

Para ilustrar, seguem alguns exemplos de países com Agências de Crédito à Exportação: EUA, Reino Unido, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Israel, Itália, Japão, Coreia do Sul, Letônia, Luxemburgo, México, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça e Turquia.

Empresas brasileiras de engenharia como a Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutiérrez, Queiroz Galvão e OAS estão presentes em vários países do mundo. A Odebrecht, por exemplo, fez a ampliação e modernização do aeroporto de Mia-mi. Nos EUA a Odebrecht tem crédito de bancos americanos. Não precisa do BNDES. 

O BNDES faz a diferença em mercados como África e América Latina, onde há escassez de recursos locais e risco mais alto (político e comercial). O financiamento externo (e as suas condições), nesses mercados, torna-se uma das variáveis determinantes (ao lado das competências técnicas e empresariais) para o sucesso das empresas brasileiras.

Os mercados da África e América Latina, em particular, estão sendo disputados de forma agressiva por empresas de outros países, com destaque para os chineses (cujas empresas recebem fortes incentivos dos seus Estados; muitas vezes oferecendo condições financeiras agressivas como juro nominal zero e dispensa total de garantias).

Vale ressaltar que, até o momento, nenhum dos países questionados ficou inadimplente nessas operações.

 
Quem faz o BNDES
 
 
   

JULIANA CYPRIANO

"Entrei no BNDES no início de 2008, depois de passar quatro anos trabalhando no mercado financeiro. Como economista, fiz o concurso do BNDES pois sempre quis trabalhar com a economia real, e não apenas com números e finanças. Imaginava que em um banco estatal conseguiria ver de perto o impacto do meu trabalho na vida das pessoas.

Comecei trabalhando na área de infraestrutura, analisando o financiamento a projetos de geração, transmissão e distribuição de energia. Após seis anos trabalhando na área de infraestrutura e, também, após inúmeras visitas de acompanhamento aos projetos, comecei a me interessar pelo impacto no território dos projetos financiados. Hoje trabalho com o financiamento a projetos sociais nos território onde há projetos de energia, principalmente parques eólicos. São projetos de geração de renda, agricultura familiar, educação, saúde, assistência social, segurança hídrica, dentre outros. Visito os projetos sociais em inúmeras partes do país, especialmente no interior do Nordeste, em lugares remotos e com inúmeras necessidades. Sempre me emociono a cada visita de acompanhamento, por poder contribuir um pouco com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Tenho certeza que a maioria dessas ações sociais não seria realizada se não fosse o fomento do BNDES.

Sinto-me realizada em trabalhar no BNDES junto com pessoas que, como eu, querem mudar a realidade tão dura que ainda existe em nosso país. Fico triste pelo ataque infundado que o Banco vem sofrendo atualmente. As críticas se baseiam em informações superficiais e que ignoram ações tão importantes, como as que eu descrevi, realizadas pelo Banco." – Juliana Cypriano trabalha há 9 anos no Banco. 
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* Confira, no site www.precisamosfalarsobreobndes.com.br ou na Página da AFBNDES no Facebook, o depoimento de outros colegas benedenses. Para participar, envie mensagem para vinculo@afbndes.org.br.

 
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Novo aparelho no Plano TIM

O Plano TIM da AFBNDES está disponibilizando um novo aparelho em substituição ao LG K8: é o Samsung Galaxy J2 – Smartphone Gran Prime Duos SM-G531, cinza, com tela de 5", dual chip, câmera 8MP, Android 4.4, processador Quad Core de 1.2Ghz e memória 16G. O aparelho pode ser solicitado na aquisição de linha nova ou portabilidade na opção de pacote de dados 5GB, ao custo de R$ 40,90; ou 10GB, ao custo de R$56,54. Para mais informações sobre o plano, clique aqui.