Independentemente do
mérito da decisão e
tendo em vista que
não há informações
suficientes para
avaliá-la, alguns
pontos merecem ser
destacados em
relação ao processo
e ao contexto em que
foi comunicado o
fechamento do Plano.
O primeiro ponto se
refere ao momento. É
de amplo
conhecimento da Casa
que os
Patrocinadores
contrataram uma
consultoria legal e
atuarial para emitir
uma segunda opinião
sobre o PBB e
apresentar proposta
de reestruturação
que contivesse
diversas opções e
cenários
alternativos a serem
avaliados pelos
Participantes.
Não parece razoável
desconsiderar, no
âmbito do processo
de reestruturação, o
cenário em que o
fechamento do Plano
não seja necessário;
nem preterir a
demonstração dos
argumentos, contas e
números, de forma
clara para todos os
Participantes,
comprovando que a
decisão de
fechamento é
estritamente
necessária em face
das consequências
para a
sustentabilidade e
solvência do Plano.
Uma informação
básica, apenas para
ficar com um
exemplo, que não se
encontra disponível
para análise
é: Quanto custa o
PBB? Qual a
contribuição normal
para equilibrar o
Plano no formato
atual, com a
resolução da questão
da "joia"? Fala-se
da sustentabilidade
do Plano e não se
conhece algo tão
básico quanto o seu
custo efetivo.
O segundo ponto diz
respeito à ausência
de prévio
envolvimento dos
Participantes na
decisão. Um modus
operandi
comprovadamente
inadequado e
autoritário, que
repete um
comportamento já
rechaçado, em grande
medida responsável
pela situação atual,
e que continua sendo
conservado. As "boas
práticas"
recomendariam que,
previamente ao
anúncio do
fechamento do PBB,
os Participantes
fossem convocados
para ser explicitada
e explicada a
fundamentação
técnica da decisão
de forma
transparente. A
gestão democrática é
certamente onerosa,
todavia inevitável
quando se gere
patrimônio alheio.
Parece que há o
esquecimento, de
ordem tecnocrática,
de que o PBB e a
FAPES, que tem por
missão geri-lo e
zelar por sua
sustentabilidade,
existem em benefício
dos Participantes. A
ausência dos
principais
interessados
enfraquece a
transparência do
processo e aumenta o
risco de reclamações
e judicialização.
O terceiro aspecto
diz respeito à
institucionalidade
do país, ao mandato
e limites dos
diversos órgãos da
República e ao
respeito às leis e
ao direito
estabelecido pela
nossa Constituição.
Não podemos tolerar,
sempre que a
situação se
apresentar de modo
concreto, que órgãos
de controle da
República extrapolem
o seu mandato e
passem a querer
determinar à
Administração do
BNDES a execução de
medidas que podem
impactar
negativamente o
Banco, o Plano ou a
FAPES, em prejuízo
dos Participantes,
Funcionários e do
Desenvolvimento do
país. Nesse sentido,
esperamos que a
Administração do
Banco se oponha de
forma firme e
contundente contra
os excessos que,
porventura, estejam
ocorrendo.
As Associações de
Funcionários, a APA
e a ANAPAR
(Associação Nacional
dos Participantes
dos Fundos de
Pensão) estão
pleiteando junto à
Administração do
BNDES a criação de
uma mesa de
negociação, na qual
os Participantes
(por meio de suas
representações
legitimamente
constituídas), os
Patrocinadores e a
gestora FAPES possam
discutir o processo
de reestruturação do
Plano. A
Administração, até o
momento, tem
inexplicavelmente
resistido a este
pleito. E para que
se evite cair no
lugar comum do
"vício" de que "as
coisas precisam
mudar para
permanecerem as
mesmas", a
constituição da Mesa
FAPES seria oportuna
e muito bem-vinda.