Agora estou
nessa função, na
Presidência da
AFBNDES desde 1º
de julho, data
da posse formal.
Gostaria de
agradecer a
presença de
todos os que
aqui estão nos
prestigiando em
momento tão
importante.
Como cheguei
até aqui? Estou
há 8 anos e meio
no Banco e tive
duas
experiências
profissionais
bem diferentes.
Trabalhei seis
anos no
operacional, na
Área de Comércio
Exterior, com
financiamento a
projetos de
engenharia no
exterior. E dois
anos e meio no
setorial do
Defarma, na Área
Industrial. O
Banco tem essa
coisa boa que
nos permite
mudar de área e
trabalhar com
temas distintos
e ter
experiências bem
diferentes. Fiz
curso de
graduação em
Economia na UFRJ
e pós-graduação
em Finanças no Coppead. Mas,
por tudo que
aprendi nesta
Casa, considero
que devo ao
Banco grande
parte de minha
formação como
economista.
Em economia
meu principal
interesse sempre
esteve ligado ao
tema do
desenvolvimento.
Entender as
experiências
concretas dos
países que se
industrializaram
e se
desenvolveram
economicamente
desde o
pioneirismo
inglês. Os casos
de EUA,
Alemanha, Japão,
Coreia do Sul,
China e,
principalmente,
o do Brasil.
Esse
direcionamento
acabou me
fazendo vir
trabalhar no
BNDES, uma vez
que o Banco e o
desenvolvimento
são faces da
mesma moeda ou
pelo menos
deveria ser.
Descobri aqui
no Banco o
Projeto Memória.
Teria muito
interesse que a
AFBNDES pudesse
ajudar a
divulgar esse
material sobre a
trajetória do
Banco e a
tradição formada
aqui. Material
muito rico com
entrevistas com
grandes
personalidades
que passaram
pela Casa, como
Ignácio Rangel,
Roberto Campos,
Celso Furtado,
Rômulo Almeida e
tantos outros.
Paralelamente, a
partir de 2012,
comecei a
participar da
AFBNDES na
organização de
seminários que
buscavam
trabalhar temas
relacionados ao
desenvolvimento
brasileiro.
Falamos da
história do
Banco; de
infraestrutura:
energia,
transportes,
petróleo.
Falamos de
política
industrial,
tecnológica etc.
Depois, os
seminários
pararam de ser
feitos e, em
2015, fui eleito
para o Conselho
Deliberativo da
Associação. Uma
vez no CD passei
a tomar
conhecimento de
diversos
problemas que
aconteciam na
Associação e vi
que as coisas
não estavam indo
bem.
Por outro
lado, o processo
da CPI do BNDES
trouxe muito
desgaste e mexeu
com a autoestima
da Casa. O clima
ficou pesado,
mesmo que a CPI
não tenha
trazido nada que
pudesse macular
a ética do corpo
funcional.
A decisão de
ir para a
Associação teve
dois motivos
principais: a
ideia do que
podemos fazer
para ajudar; e o
reconheci-mento
da importância
da AFBNDES e da
percepção de que
fortalecer a
Associação nesse
momento seria
importante, não
apenas para o
corpo funcional,
mas também para
a instituição
BNDES.
Nesse sentido
há muitas pedras
no caminho e os
desafios são de
diversas ordens.
Nos elegemos com
o lema da
reconstrução.
Não no sentido
de voltar ao
passado, porque
isso é
impossível. Mas
no sentido de
resgatar uma
certa tradição
que se perdeu.
Tanto em relação
à parte
associativa
quanto
representativa e
institucional.
Ao mesmo tempo
passamos por
processo de
mudança do corpo
funcional. A
própria Casa se
encontra em um
processo de
amadurecimento e
de aumento da
compreensão
sobre a cultura
e os valores que
norteiam a
instituição
BNDES.
A Associação
é parte desta
instituição.
Quando entramos
para o Banco
vamos ao RH, em
seguida à FAPES
e depois à
AF-BNDES. Não
sei se ainda é
assim, mas
costumava ser
quando entrei...
A missão do
desenvolvimento
requer que
trabalhemos
dentro de uma
unidade. E hoje
estamos muito
fragmentados.
Ativos e
aposentados,
PUCS, PECS,
"porta-joias",
diferenças entre
Nível Médio,
Nível Superior,
anistiados,
Grupamento C
etc. Uns têm a
incorporação de
gratificação
para a função.
Outros não. A
situação da
FAPES, sua
sustentabilidade,
o futuro do PBB
e os déficits
sucessivos. A
grande
frustração em
relação ao plano
de carreira, que
não temos. Temos
um plano de
cargos e
salários, mas
não um plano de
carreira. Enfim,
são demandas e
problemas
antigos à espera
de solução.
Tivemos um
período recente
muito turbulento
na Associação
com grande
prejuízo para a
imagem da
entidade. Quando
não se conhece
bem onde se está
pisando e se vai
com muita sede
ao pote, a
chance de
atropelos e
erros aumenta
muito. A ideia
muito arrogante
que pressupõe
que tudo o que
foi feito antes
estava errado,
impede que se
reconheça com
suficiente
clareza o
sentido das
coisas.
Precisamos
reorganizar a
AFBNDES e fazer
as coisas
funcionarem bem.
Com
transparência e
prestação de
contas
periódica. Isso
é o bá-sico.O
papel
representativo e
de porta-voz das
demandas da Casa
só pode ser
feito pelo
diálogo e mútuo
entendimento.
Isso foi outra
coisa que se
perdeu.
Prevaleceu a
beligerância e
os resultados
não foram
positivos.
Precisamos
reconstruir o
diálogo
respeitoso e o
bom
relacionamento
com todas as
partes com as
quais a AFBNDES
se relaciona,
tanto as
internas quanto
as externas.
Defendemos a
ideia de que a
AFBNDES volte a
assumir papel
institucional
mais atuante no
sentido externo:
mediante
relacionamento
com entidades da
sociedade
organizada,
governo etc.;
participando
mais do debate e
das reflexões
sobre os rumos
do
desenvolvimento
brasileiro;
atuando como uma
Associação de
Funcionários de
um dos mais
importantes
bancos de
desenvolvimento
do mundo – onde
trabalham
pessoas muito
qualificadas
tecnicamente,
especialistas em
diversas áreas,
que podem
contribuir com
ideias e
propostas para a
solução dos
problemas que
afetam o país e
dificultam
nossas chances
de crescer e
prosperar.
Para
terminar, quero
dizer ao corpo
funcional que
conte conosco
para o que der e
vier. Muito
obrigado e mãos
à obra!
Thiago
Mitidieri –
Presidente da
AFBNDES