“Os séculos se
passam e o Brasil
não consegue
converter seu imenso
potencial agrícola e
mineral em riqueza
para o conjunto da
sociedade e ainda
assiste a uma
escalada sem
precedentes de
destruição
ambiental”. Assim o
Jornal dos
Economistas, do
Corecon-RJ,
abre a edição de
novembro sobre
agronegócio e meio
ambiente.
João Stédile, em
entrevista, detalha
os três modelos de
negócios
predominantes no
campo brasileiro e
seus impactos
econômicos, sociais
e ambientais.
Carlos Guedes de
Guedes,
ex-presidente do
Incra, constata que
qualquer palmo de
terra no Brasil está
à disposição para
expansão. “O
crescimento pelas
inovações
tecnológicas do
agronegócio funciona
a favor de poucos e
produz concentração,
desigualdade,
poluição,
desmatamento e
redução de cultivos
alimentares”,
sustenta.
Maria Lucia Falcón,
da Universidade de
Santiago de
Compostela, prevê
que, se o país
elevar a
produtividade com
uma agricultura em
rede com novas
tecnologias e
práticas ecológicas,
e se os hábitos de
consumo se tornarem
mais conscientes,
não será necessário
derrubar a floresta,
nem queimar o
Pantanal.
Gustavo Noronha, da
Universidade Estácio
de Sá, afirma que o
Brasil é o país da
reforma agrária
perene, muito
falada, mas nunca
efetivada. Ele
sugere retomar essa
agenda indispensável
ao desenvolvimento,
começando pelas
terras das 77
empresas com dívidas
acima de R$100
milhões, de autores
de crimes ambientais
e de envolvidos com
corrupção política.
Carlos Walter
Porto-Gonçalves, da
UFF, discorre sobre
a cobiça
internacional pela
Amazônia, que abriga
a maior bacia
hidrográfica e a
mais extensa, densa
e biodiversa
formação botânica do
planeta. “Do engenho
de açúcar ao
trator-computador,
modernidade
tecnológica,
injustiça social e
devastação ambiental
são uma boa síntese
de nossa formação
territorial”,
destaca.
Luiza Dulci, da
UFRRJ, questiona as
possibilidades do
país que celebra o
título de celeiro do
mundo, mas tem a
renda da sua
produção mineral e
agropecuária
capturada por
multinacionais, que
pouco contribuem
para sua economia.
“É preciso
reorganizar o
sistema
agroalimentar e o
lugar da terra em
nossa sociedade”
defende.
Sérgio Sauer e
Patrícia da Silva,
da UnB, apontam que
o governo Bolsonaro
enfraquece os órgãos
públicos, desmonta o
aparato jurídico de
proteção,
flexibiliza a
legislação e
militariza o
patrimônio ambiental
brasileiro, o que
resulta no aumento
de incêndios na
Amazônia e Pantanal,
desmatamento e
conflitos
fundiários.
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