Movimento

Edição nº1415 – sexta-feira, 6 de novembro de 2020

 

Agronegócio e meio ambiente no Jornal dos Economistas

reprodução

Capa da edição de novembro do Jornal dos Economistas

“Os séculos se passam e o Brasil não consegue converter seu imenso potencial agrícola e mineral em riqueza para o conjunto da sociedade e ainda assiste a uma escalada sem precedentes de destruição ambiental”. Assim o Jornal dos Economistas, do Corecon-RJ, abre a edição de novembro sobre agronegócio e meio ambiente.  

João Stédile, em entrevista, detalha os três modelos de negócios predominantes no campo brasileiro e seus impactos econômicos, sociais e ambientais.  

Carlos Guedes de Guedes, ex-presidente do Incra, constata que qualquer palmo de terra no Brasil está à disposição para expansão. “O crescimento pelas inovações tecnológicas do agronegócio funciona a favor de poucos e produz concentração, desigualdade, poluição, desmatamento e redução de cultivos alimentares”, sustenta.  

Maria Lucia Falcón, da Universidade de Santiago de Compostela, prevê que, se o país elevar a produtividade com uma agricultura em rede com novas tecnologias e práticas ecológicas, e se os hábitos de consumo se tornarem mais conscientes, não será necessário derrubar a floresta, nem queimar o Pantanal.  

Gustavo Noronha, da Universidade Estácio de Sá, afirma que o Brasil é o país da reforma agrária perene, muito falada, mas nunca efetivada. Ele sugere retomar essa agenda indispensável ao desenvolvimento, começando pelas terras das 77 empresas com dívidas acima de R$100 milhões, de autores de crimes ambientais e de envolvidos com corrupção política.  

Carlos Walter Porto-Gonçalves, da UFF, discorre sobre a cobiça internacional pela Amazônia, que abriga a maior bacia hidrográfica e a mais extensa, densa e biodiversa formação botânica do planeta. “Do engenho de açúcar ao trator-computador, modernidade tecnológica, injustiça social e devastação ambiental são uma boa síntese de nossa formação territorial”, destaca.  

Luiza Dulci, da UFRRJ, questiona as possibilidades do país que celebra o título de celeiro do mundo, mas tem a renda da sua produção mineral e agropecuária capturada por multinacionais, que pouco contribuem para sua economia. “É preciso reorganizar o sistema agroalimentar e o lugar da terra em nossa sociedade” defende.  

Sérgio Sauer e Patrícia da Silva, da UnB, apontam que o governo Bolsonaro enfraquece os órgãos públicos, desmonta o aparato jurídico de proteção, flexibiliza a legislação e militariza o patrimônio ambiental brasileiro, o que resulta no aumento de incêndios na Amazônia e Pantanal, desmatamento e conflitos fundiários. 

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Editorial

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(a partir de 2002)

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Negociação sobre teletrabalho começa no Banco do Brasil 

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEEB) se reuniu em 27 de outubro com a direção do banco para discutir um acordo sobre teletrabalho. A negociação foi acompanhada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). 

“Não estamos debatendo hoje. Começamos o debate faz algum tempo, na campanha nacional. No início, os bancos avaliavam que o teletrabalho era um privilégio. Mas os bancos economizaram muito com o teletrabalho e os bancários tiveram mais custos para trabalharem em casa”, afirmou a presidente da Contraf, Juvandia Moreira. 

“Precisamos lapidar ainda esse acordo. Apresentamos nossas premissas para o debate, que foram definidas na nossa conferência nacional. Para nós é fundamental o controle da jornada, o fornecimento de equipamentos e a ajuda de custo, além de outras questões que vão ser discutidas com a direção do banco nas próximas reuniões”, disse o coordenador da CEBB do Banco do Brasil, João Fukunaga. 

Negociações – Desde março de 2020, boa parte dos bancários entrou em teletrabalho. Segundo a Contraf, foram aproximadamente 300 mil trabalhadores (cerca de 2/3 da categoria) deslocados dos locais de trabalho para suas casas. As premissas para um acordo sobre teletrabalho foram definidas a partir de uma pesquisa feita pelo Dieese com 11 mil bancários 

A primeira rodada de negociação com a Fenaban para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários foi sobre teletrabalho. A negociação banco a banco tem avançado após a campanha nacional. O primeiro foi o Bradesco, que fechou um acordo sobre o tema. Agora as negociações acontecem no Banco do Brasil e no Itaú. 

Fonte: Contraf-CUT.