ACONTECE

Sobre a mania de grandeza e a aversão à autocrítica dos funcionários do BNDES

A imprensa tem falado sobre os funcionários do Banco. Em geral, quando o tema é a capacidade do corpo técnico, as menções tendem a ser positivas. Mas tem ficado comum também uma preocupação com a postura supostamente reativa ou corporativista dos empregados.

Nunca se foi tão longe nessa abordagem como no artigo da jornalista Miriam Leitão, no O Globo de 9 de janeiro, dia seguinte à transmissão de cargo na Presidência do BNDES. No artigo, a jornalista chegou a reconhecer o caráter “fundamental” do BNDES e se mostrou muito otimista em relação ao potencial da nova administração Levy. E foi exatamente nos comentários sobre as perspectivas positivas diante do novo presidente do Banco que Miriam Leitão localizou uma única nuvem negra no horizonte. Quem ainda não leu o artigo poderia arriscar que a jornalista apontou como obstáculo a fraca recuperação da economia brasileira, a falta de uma estratégia de desenvolvimento para o país ou a ameaça de uma crise internacional. Mas não. A maior ameaça ao sucesso da presente gestão, segundo ela, seria o corpo de funcionários do BNDES.

É realmente surpreendente. Talvez por isso a maior parte do artigo esteja voltada para explicar porque os funcionários podem ser um problema. Seriam dois os fatores fundamentais: (1) os funcionários do BNDES sofreriam de uma espécie de “mania de grandeza” – teriam  fixação por um BNDES turbinado, grande; e (2) seríamos avessos à autocrítica. Examinemos os argumentos.

O primeiro fator explicaria porque seríamos todos muito reativos “a quem chega com a promessa de reduzir a dimensão do banco”. Por exemplo, explicaria porque “houve tanta reação à Maria Silvia e à TLP”. A “mania de grandeza” seria explicada pelo fato de que “mais de 70% dos funcionários foram contratados na administração de Luciano Coutinho” e, portanto, foram “formados em sua maioria dentro da ideia do BNDES turbinado com recursos do Tesouro, que fazia a escolha de campeões nacionais”.

Ao segundo fator – aversão à autocrítica –, nenhuma explicação específica é atribuída. Mas podemos imaginar que fica na conta do “corporativismo”, tão propalado quanto irreconhecível pelo corpo de funcionários do BNDES.

A jornalista dá três exemplos da contrariedade à autocrítica: o sucesso entre funcionários do “Livro Verde”, organizado na gestão Rabello de Castro; a reação às declarações de Dyogo Oliveira sobre financiamentos para Venezuela e Cuba; e a suposta aprovação da maioria dos empregados às operações de apoio a frigoríficos, como JBS e Independência.

Diante do exposto, Miriam Leitão aconselha o presidente do BNDES a convencer os funcionários do BNDES de que “o caminho virtuoso é financiar o desenvolvimento, mas evitar que a instituição seja mais um instrumento para fortalecer o patrimonialismo brasileiro”.

Não sabemos quem a jornalista consulta para formar suas opiniões sobre os funcionários do BNDES. Podemos apenas assegurar que não é a AFBNDES, com quem a jornalista nunca entrou em contato. Discordamos muito de sua análise. Vejamos.

Miriam Leitão fala em mania de grandeza, mas a realidade mostra o nível mais baixo de desembolso do Banco dos últimos 20 anos e constantes referências de autoridades, economistas e editoriais jornalísticos questionando a própria existência do BNDES. Manifestações tão recentes que seria ocioso aqui reproduzi-las. No discurso de posse do atual ministro da Economia, aponta-se para o microcrédito como o único objetivo justificável para o crédito direcionado e, mesmo assim, questiona-se a necessidade de bancos públicos para canalizá-lo.

A realidade também mostra a existência de centenas de bancos de desenvolvimento no mundo, inclusive em países desenvolvidos como a Alemanha. A jornalista fala de TLP e a realidade mostra instituições de fomento, mesmo em países desenvolvidos, dispondo de condições especiais que as permitem praticar taxas subsidiadas ou promocionais.

A jornalista fala em mania de grandeza e TLP para explicar a impopularidade de Maria Silvia, mas a realidade mostrou uma presidente que se desgastou por não ter tido nem convicção, nem coragem para defender o BNDES no seu momento mais crítico, quando tinha informações e acesso à mídia para fazer tal defesa.

Conclusão: se o ponto de vista de Miriam Leitão fosse ajustado à realidade, ela compreenderia que para explicar a mobilização dos funcionários do BNDES contra a TLP ou contra as devoluções ou contra a campanha de difamação do Banco não é necessário recorrer a qualquer fixação de ordem emocional. Estamos simplesmente diante da defesa de uma instituição por empregados que acreditam na sua importância para o país, ou seja, trata-se de ação coletiva racional e patriótica.

Sobre a suposta aversão à autocrítica, os três temas citados mereceriam uma resposta mais longa.  O ponto geral que pode ser tratado aqui é que, no nosso ponto de vista, os problemas do BNDES precisam ser discutidos como casos de “política” (pública) e não como casos de “polícia”. Não há aversão a debater nenhum tema na Casa. É claro, tudo fica mais delicado quando os assuntos estão sendo tratados como casos de “polícia”. Quando um funcionário pode ser conduzido coercitivamente porque escreveu um relatório explicativo ao TCU sobre uma operação, como não ter receio de que a participação num debate sobre o tema possa ter implicações similares? 

Sim, consideramos o “Livro Verde” muito importante – e foi uma grande iniciativa do presidente Paulo Rabello de Castro. Seu objetivo foi sistematizar informações sobre pontos polêmicos quanto ao BNDES. Ninguém está obrigado a subscrever todo o conteúdo do livro, mas o consideramos um serviço prestado à opinião pública. O documento pode ser um ótimo ponto de partida para debater tanto as exportações de serviços de construção quanto o apoio aos frigoríficos. Ainda que possivelmente haja diferentes posições sobre os méritos da atuação do BNDES nessas operações, a ampla maioria dos funcionários discorda, sim, de que o Banco operou aqui como mero instrumento de fortalecimento do patrimonialismo. Não consta que Miriam Leitão tenha promovido debate sobre esses temas com os empregados. Então, como pode ela estar tão segura de sua posição? Somos tão favoráveis ao debate que concordaríamos em qualquer condição dele participar. A jornalista pode dizer a hora e o local que a AFBNDES escutará todas as críticas sobre esses e outros temas, desde que possa ter espaço para discuti-los em seguida.

Em tempo: temos reunião marcada com o presidente do BNDES, Joaquim Levy, nesta quinta-feira (24), às 16h.

AGENDA

UnidasPrev discute CGPAR 25

A UnidasPrev realizará no dia 6 de fevereiro, das 14 às 17h30, um evento sobre os efeitos da Resolução CGPAR 25 nos fundos de pensão das empresas estatais federais. Como estudo de caso, a reestruturação do Plano Básico de Benefícios (PBB) gerido pela FAPES. A UnidasPrev fica Av. Nilo Peçanha 50, sala 2016, Centro.

Comitê em defesa das empresas públicas se reúne dia 6 em Brasília

O Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas fará sua primeira reunião em 2019 no dia 6 de fevereiro, em Brasília. Entre as primeiras atividades previstas para o ano está o lançamento da campanha “Defender o que é público é defender o Brasil”, um desdobramento da campanha “Se é público, é para todos”, iniciada em 2016 e que teve ampla repercussão nacional. 

“Estamos em um cenário difícil, mas nossa disposição está renovada. Vamos nos organizar e resistir às ameaças de privatizações em todas as frentes, porque nossa defesa é a do povo e dos trabalhadores brasileiros”, destaca a coordenadora do comitê, Rita Serrano, da Caixa.

INSTITUCIONAL

A respeito da transparência das informações do BNDES

Após o BNDES destacar em seu site dados sobre os 50 maiores tomadores de recursos na instituição e facilitar a navegação dos usuários para o acesso a essas informações, a AFBNDES divulgou a nota abaixo, que repercutiu no site da revista Época e no site O Antagonista – frequentemente crítico às ações do BNDES.

“A insistência em afirmar que é necessária a abertura de uma ‘caixa-preta’ do BNDES apenas reforça um movimento de desinformação que fragiliza a imagem do Banco. Apoiamos a iniciativa de facilitar o acesso às informações sobre as grandes operações de crédito, mas reforçamos que não é de hoje que o Banco trabalha nesse sentido, o que nos torna uma das mais transparentes instituições financeiras do mundo.

Enfatizamos esse aspecto. Trata-se de uma afirmação e um desafio: que os críticos apontem um exemplo de Banco de Desenvolvimento mais transparente que o BNDES. Que apresentem que modelo de transparência gostariam de ver adotado. Além disso, repudiamos a ideia associada à ‘caixa-preta’ de que houve ‘falcatruas’ ou ‘malfeitos’ no BNDES que se procura esconder.

Depois de anos de inúmeras investigações internas e realizadas por diversos órgãos de controle, não foram encontradas evidências ou irregularidades cometidas por empregados. Como o debate sobre o tema é altamente politizado, é importante registrar que insistir na insinuação dessas suspeitas mancha o nome não apenas da diretoria de Luciano Coutinho, que operou durante boa parte dos governos petistas, mas dos três últimos presidentes do BNDES, Maria Sílvia, Paulo Rabello de Castro e Dyogo Oliveira, que foram unanimemente categóricos em afirmar a falta de fundamento para as acusações feitas.

Temos convicção de que, deixando para trás essa discussão infindável da ‘caixa-preta’, aceitando que o desafio do BNDES é uma questão de política pública e não de polícia, há muito o que discutir e esclarecer.

A importante discussão, que nunca foi feita de modo apropriado, é sobre as escolhas dessas políticas públicas, seus propósitos, acertos, erros e as lições que tiramos para o futuro. O BNDES é estratégico para o país e não temos dúvida quanto a isso. Os funcionários do BNDES apoiam todas as políticas de compliance e transparência e seguem abertos a aprofundar o diálogo sobre o que realmente precisa ser discutido: a promoção do desenvolvimento brasileiro e como o Banco pode auxiliar no crescimento da nossa economia”.

INSTITUCIONAL

Reestruturação do PBB: novas alíquotas previstas para março

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) publicou no dia 18 de dezembro, no Diário Oficial da União, o novo regulamento do Plano Básico de Benefícios (PBB) da FAPES, que tem cerca de 5 mil participantes.

O equacionamento do PBB, referente ao ano de 2017, foi negociado na Mesa FAPES – com a participação de representantes do patrocinador BNDES, da Fundação e das Associações ligadas aos participantes ativos, assistidos e “porta-joias” – e aprovado, em definitivo, no dia 12 de dezembro de 2018 pelo Conselho Deliberativo da FAPES, representando cerca de 17% do patrimônio da entidade. O valor de R$ 1,96 bilhão terá 50% de aportes do BNDES e 50% dos participantes. 

Entre as mudanças no regulamento – que serviram de contrapartida para evitar alíquotas extraordinárias de contribuição muito elevadas –, estão o fechamento do plano, a redução do percentual de futuras pensões para 50% do benefício – acrescido de mais 10% a cada dependente, de forma que a pensão mínima corresponderá a 60% do benefício – para futuros pensionistas, a limitação do pecúlio por morte, a elevação da idade mínima para a aposentadoria e a desvinculação do INSS. 

Foram definidas novas alíquotas para os participantes: ativos – 0,04% do salário de participação; aposentados – 0,57% do salário de participação; e pensionistas – 6,36% do salário de participação. A previsão é que a partir de março as novas alíquotas passem a ser cobradas. 

As novas alíquotas de contribuição extraordinária não substituem as que já estão sendo pagas, que se referem ao déficit de 2015. Elas serão aplicadas no prazo previsto de 25 anos sobre o salário de participação, informado no contracheque do participante.

ESPORTES

Cariocão 2019 agitará Clube no 1º semestre

Prazo de inscrições se inicia amanhã e segue até o dia 5 de fevereiro. Competição está prevista para começar antes do carnaval. Inscrição custará R$ 180,00

As inscrições para o próximo campeonato de futebol soçaite da AFBNDES, envolvendo sócios efetivos e especiais, serão abertas nesta sexta feira (25) e seguirão até o dia 5 de fevereiro, no Atendimento localizado na sobreloja-mezanino do Edserj e no Clube da Barra.

A competição, prevista para começar antes do carnaval, terá a definição das equipes por meio de sorteio – o chamado “mão no saco”. As equipes, mantendo a tradição de homenagens que caracteriza esses campeonatos, levarão nomes de times que disputam o Campeonato Carioca de Futebol.

A definição dos times se dará após o término da inscrição individual dos jogadores, seguindo o mesmo formato de edições anteriores: sorteio das equipes, considerado a faixa etária dos atletas e as posições indicadas na ficha de inscrição (goleiro, defensor, meio-campo ou atacante). O formato do campeonato e o seu regulamento serão decididos após a definição do número de jogadores inscritos e de times formados.

Poderão participar da competição sócios de qualquer categoria da AFBNDES e respectivos dependentes – excetos os empregados do Clube da Barra e dependentes. A taxa de inscrição será de R$ 180,00 por jogador, podendo ser dividida em até quatro vezes, sem juros, no cartão de crédito. Os goleiros estão isentos da taxa e podem ser convidados.

NÃO PERCA

Já é Carnaval no Rio

Faltam 36 dias para o Carnaval 2019 e o que não faltam são festas e ensaios dos blocos que irão comandar a folia pelas ruas do Rio de Janeiro no início de março. Confira a programação do final de semana:

25 de janeiro – Bloco do Sargento Pimenta e Toca Rauuul, às 19h, no Rio Scenarium (Rua do Lavradio 20, Lapa), ingresso a R$ 35,00; Ensaio do Saymos do Egyto, às 23h, no Espaço Rampa (Av. Repórter Nestor Moreira 42, Botafogo), ingresso a R$20,00.

26 de janeiro (sábado) – Me enterra na quarta-feira, às 22h, no Cordão da Bola Preta (Rua da Relação 3, Lapa), ingressos a R$ 20,00; Spanta 19 – Rio para Amar, atrações: Fabio Jr, Ferrugem, Beija Flor, Céu na Terra, Roda do Spanta e Chupeta Elétrica, às 16h, na Marina da Glória (AV. Infante Dom Henrique s/nº, Aterro do Flamengo), ingressos a R$ 90,00; Ensaio do bloco Sai, Hétero!, às  23h, na HUB (Av. Professor Pereira Reis 50,Santo Cristo), ingresso a R$ 40,00.

27 de janeiro (domingo) – Ensaio do Truque do Desejo, às 18h, no Arco do Telles, entrada gratuita. Ensaio do Céu na Terra, às 11h, na Fundição Progresso (Rua dos Arcos 24, Lapa), entrada a R$ 10,00. Ensaio do Agytoê, às 17h, no Passeio Ernesto Nazaretn (Av. Cidade de Lima s/nº, Santo Cristo), entrada franca.

28 de janeiro (segunda-feira) – Ensaio do Cordão do Boitatá, às 19h, no Cordão da Bola Preta (Rua da Relação 3, Lapa), entrada a R$ 10,00.

CONVÊNIOS

Convênios da AF dedicados à educação

Confira os descontos oferecidos pelos parceiros da AFBNDES no segmento de creches, faculdades, pós-graduação e ensino a distância

AFBNDES possui parcerias com diversas empresas que concedem descontos e benefícios exclusivos em produtos e serviços para sócios e dependentes. Confira a seleção de conveniados do segmento de educação, que fazem parte do clube de vantagens da Associação:

A Creche-Escola Ativa-Idade atua no segmento de educação infantil há 25 anos com o ideal de contribuir para a formação de crianças criativas, confiantes e comprometidas com a cidadania. Associados da AF têm desconto de 50% na 1ª parcela da anuidade, 10% para o plano voltado para bebês de 4 meses a 2 anos e 15% para o plano para crianças de 3 a 5 anos. A creche-escola está localizada na Rua Engenheiro Marques Porto 86, Humaitá. Mais informações pelo telefone 2539-0837 ou pelo site www.ativaidade.com.br.

A Universidade Veiga de Almeida oferece descontos diversos para os associados e seus dependentes, nos campi Tijuca, Centro, Barra (Marapendi) e Cabo Frio. Confira: 30% nas mensalidades dos cursos de graduação presencial; 50% na 1º mensalidade e 35% até o final dos cursos de graduação a distância; 50% na 1º mensalidade e 30% nas demais mensalidades dos cursos pós-graduação presencial e a distância. Mais informações pelos telefones 2574-8888 e 0800-0246172 ou pelo site www.uva.br.

A Faculdades Integradas Helio Alonso (Facha) está oferecendo 40% de desconto na mensalidade durante todo o curso, para alunos que efetuarem a matricula até 8 de fevereiro, nos cursos de Turismo,

Direito, Gestão Desportiva, Comécio Exterior, Cinema, Jornalismo, Marketing, Publici-dade e Propaganda, Radialismo, Recursos Humanos e Relações Públicas. Pós-graduação e extensão com 10% de desconto. Informações pelos tels. (21) 2102-3155 (campus Botafogo, Rua Muniz Barreto 51) e 3570-8600 (campus Méier – Rua Lucídio Lago 345) ou pelo site www.facha.edu.br.

A Trevisan, uma das principais escolas de negócio do país, oferece 15% de desconto nos cursos de graduação no período matutino; 10% nos cursos de graduação no período noturno; 15% nos cursos de pós-graduação e MBA; 15% nos cursos de curta duração de Educação Executiva (seminários, palestras, cursos intensivos, workshops, cursos de férias); e 30% a 50% em livros publicados pela Trevisan Editora. Os benefícios são válidos para a semestralidade, excluindo a matrícula. Informações  pelos telefones (11) 96456-0105 e (11) 3138-5201 (Grande São Paulo), (21) 99787-9293  e 2223-0863 (Rio de Janeiro e demais estados), e-mail faleconoscorj@trevisan.edu.br e site www.trevisan.edu.br.

A Faculdade Unyleya permite aos associados da AFBNDES cursar, a distância, um curso de graduação com 30% de desconto ou de pós-graduação com até 54% de desconto. São 51 áreas, como Engenharia, Saúde, Administração, Auditoria e Direito. A relação completa encontra-se no site unyleya.edu.br. A Unyleya possui 50 polos educacionais espalhados pelo Brasil, presentes em todos os estados e no Distrito Federal. Mais informações no Polo de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade Unyleya, no Rio de Janeiro: Rua do Carmo 66, Centro. Tel. 3513-0977 (graduação) e 0800 604 2210 (pós-graduação).