Discurso de posse
Palavras do presidente da AFBNDES, Thiago Mitidieri, na posse solene ocorrida em 7 de julho no auditório do Edifício Ventura Oeste
 
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paulo rodrigues

Os novos diretores da Associação na posse solene. FOTOGALERIA
 
 
 
   

Em primeiro lugar, me apresento.
Sou Thiago Mitidieri, economista
do BNDES desde 2008. Em 3 de maio fui eleito presidente da Associação pela chapa Reconstrução – uma chapa plural, com representantes dos diversos segmentos da Casa: funcionários PUCS, PECS, "porta-joias", Nível Médio, Nível Superior, assistidos, anistiado.

Agora estou nessa função, na Presidência da AFBNDES desde 1º de julho, data da posse formal. Gostaria de agradecer a presença de todos os que aqui estão nos prestigiando em momento tão importante.

Como cheguei até aqui? Estou há 8 anos e meio no Banco e tive duas experiências profissionais bem diferentes. Trabalhei seis anos no operacional, na Área de Comércio Exterior, com financiamento a projetos de engenharia no exterior. E dois anos e meio no setorial do Defarma, na Área Industrial. O Banco tem essa coisa boa que nos permite mudar de área e trabalhar com temas distintos e ter experiências bem diferentes. Fiz curso de graduação em Economia na UFRJ e pós-graduação em Finanças no Coppead. Mas, por tudo que aprendi nesta Casa, considero que devo ao Banco grande parte de minha formação como economista.

Em economia meu principal interesse sempre esteve ligado ao tema do desenvolvimento. Entender as experiências concretas dos países que se industrializaram e se desenvolveram economicamente desde o pioneirismo inglês. Os casos de EUA, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, China e, principalmente, o do Brasil. Esse direcionamento acabou me fazendo vir trabalhar no BNDES, uma vez que o Banco e o desenvolvimento são faces da mesma moeda ou pelo menos deveria ser.

Descobri aqui no Banco o Projeto Memória. Teria muito interesse que a AFBNDES pudesse ajudar a divulgar esse material sobre a trajetória do Banco e a tradição formada aqui. Material muito rico com entrevistas com grandes personalidades que passaram pela Casa, como Ignácio Rangel, Roberto Campos, Celso Furtado, Rômulo Almeida e tantos outros.

Paralelamente, a partir de 2012, comecei a participar da AFBNDES na organização de seminários que buscavam trabalhar temas relacionados ao desenvolvimento brasileiro. Falamos da história do Banco; de infraestrutura: energia, transportes, petróleo. Falamos de política industrial, tecnológica etc. Depois, os seminários pararam de ser feitos e, em 2015, fui eleito para o Conselho Deliberativo da Associação. Uma vez no CD passei a tomar conhecimento de diversos problemas que aconteciam na Associação e vi que as coisas não estavam indo bem.

Por outro lado, o processo da CPI do BNDES trouxe muito desgaste e mexeu com a autoestima da Casa. O clima ficou pesado, mesmo que a CPI não tenha trazido nada que pudesse macular a ética do corpo funcional.

A decisão de ir para a Associação teve dois motivos principais: a ideia do que podemos fazer para ajudar; e o reconheci-mento da importância da AFBNDES e da percepção de que fortalecer a Associação nesse momento seria importante, não apenas para o corpo funcional, mas também para a instituição BNDES.

Nesse sentido há muitas pedras no caminho e os desafios são de diversas ordens. Nos elegemos com o lema da reconstrução. Não no sentido de voltar ao passado, porque isso é impossível. Mas no sentido de resgatar uma certa tradição que se perdeu. Tanto em relação à parte associativa quanto representativa e institucional. Ao mesmo tempo passamos por processo de mudança do corpo funcional. A própria Casa se encontra em um processo de amadurecimento e de aumento da compreensão sobre a cultura e os valores que norteiam a instituição BNDES.

A Associação é parte desta instituição. Quando entramos para o Banco vamos ao RH, em seguida à FAPES e depois à AF-BNDES. Não sei se ainda é assim, mas costumava ser quando entrei...

A missão do desenvolvimento requer que trabalhemos dentro de uma unidade. E hoje estamos muito fragmentados. Ativos e aposentados, PUCS, PECS, "porta-joias", diferenças entre Nível Médio, Nível Superior, anistiados, Grupamento C etc. Uns têm a incorporação de gratificação para a função. Outros não. A situação da FAPES, sua sustentabilidade, o futuro do PBB e os déficits sucessivos. A grande frustração em relação ao plano de carreira, que não temos. Temos um plano de cargos e salários, mas não um plano de carreira. Enfim, são demandas e problemas antigos à espera de solução.

Tivemos um período recente muito turbulento na Associação com grande prejuízo para a imagem da entidade. Quando não se conhece bem onde se está pisando e se vai com muita sede ao pote, a chance de atropelos e erros aumenta muito. A ideia muito arrogante que pressupõe que tudo o que foi feito antes estava errado, impede que se reconheça com suficiente clareza o sentido das coisas. Precisamos reorganizar a AFBNDES e fazer as coisas funcionarem bem. Com transparência e prestação de contas periódica. Isso é o bá-sico.O papel representativo e de porta-voz das demandas da Casa só pode ser feito pelo diálogo e mútuo entendimento. Isso foi outra coisa que se perdeu. Prevaleceu a beligerância e os resultados não foram positivos. Precisamos reconstruir o diálogo respeitoso e o bom relacionamento com todas as partes com as quais a AFBNDES se relaciona, tanto as internas quanto as externas.

Defendemos a ideia de que a AFBNDES volte a assumir papel institucional mais atuante no sentido externo: mediante relacionamento com entidades da sociedade organizada, governo etc.; participando mais do debate e das reflexões sobre os rumos do desenvolvimento brasileiro; atuando como uma Associação de Funcionários de um dos mais importantes bancos de desenvolvimento do mundo – onde trabalham pessoas muito qualificadas tecnicamente, especialistas em diversas áreas, que podem contribuir com ideias e propostas para a solução dos problemas que afetam o país e dificultam nossas chances de crescer e prosperar.

Para terminar, quero dizer ao corpo funcional que conte conosco para o que der e vier. Muito obrigado e mãos à obra!

Thiago Mitidieri – Presidente da AFBNDES

 
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Opinião

Participação: dois é melhor que um; três é melhor que dois (por Iran Aguiar e Danilo Xavier)

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(arquivo em PDF)

AGENDA

Presidente da AFBNDES é entrevistado no Faixa Livre

O presidente da AFBNDES, Thiago Mitidieri, participou na manhã da última segunda-feira (11) do Programa Faixa Livre (Rádio Livre – 1140 AM), falando sobre a atuação do BNDES como instrumento de desenvolvimento e sobre o papel de representação da AFBNDES.

O Programa Faixa Livre vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 9 às 10h27, e é apoiado por uma série de entidades da sociedade organizada. Sua programação está disponível no site da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), sob o lema: "A verdade dos fatos sem o controle da grande mídia".