AFBNDES

6 de setembro de 2022

 

Negociação 2022: Só falta o BNDES!

Como antecipamos em mensagem sobre o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2022, o clima das primeiras conversas era de repetição da experiência traumática de 2020. E nosso vaticínio foi confirmado: a Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários e os acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, entre outros bancos públicos, foram assinados na última sexta-feira (2) e a negociação no BNDES continua em impasse, ainda sem rumo.

Fiquem certos de que fizemos todos os esforços para tentar mudar o rumo do processo e chegar a uma negociação positiva: aceitamos a agenda da atual Administração e tentamos tratá-la, dentro do razoável, tendo em vista os direitos e interesses dos empregados e aposentados do BNDES.

Eles querem discutir o Plano de Saúde, mas convocam os empregados para participar do processo no meio de uma negociação de ACT com prazo escasso para ser concluída. Nos mantiveram todo o tempo afastados do tema, apresentaram um conjunto de informações extremamente superficiais e esperam que concordemos em abrir mão de direito adquirido sob a ameaça de não fechar o ACT.

Isso não tem precedente em nenhuma negociação em curso no país.

Aceitamos abrir mão da nossa proposta inicial, que já era praticamente de consenso considerando o ACT anterior, para manter o ACT nas mesmas condições hoje vigentes – aceitando todas as violências que impuseram às Associações de Funcionários há dois anos, entre elas a suspensão do desconto em folha – uma incivilidade, um autoritarismo que não conhece paralelo nem em empresas privadas – em troca de fecharmos rapidamente o Acordo Coletivo. Além do mais, em contraposição à inclusão da cláusula sobre o Plano de Saúde como está sendo imposta, aceitamos como única cláusula nova no ACT o compromisso de constituição de um grupo de trabalho paritário, chamando também os aposentados para a Mesa, de forma a iniciar imediatamente a discussão e negociação sobre o Plano de Saúde. Ou seja, nossa preocupação foi garantir que teríamos tempo para que o Banco colocasse sua agenda na mesa, apresentasse seus argumentos e nos permitisse estudar, entender e propor e contrapropor medidas alternativas.

Acreditamos que temos condições de chegar a bom entendimento se apostarmos no diálogo, na persuasão, no convencimento dos empregados do BNDES.

Entendemos que é uma agenda positiva da atual Administração convocar todos para um exame da situação do Plano de Saúde. Fizemos isso com o PBB e chegamos a um acordo extremamente importante, que gerou ajustes profundos e necessários no nosso plano de previdência.

Infelizmente, a Administração reluta em caminhar no sentido do entendimento. Parece não acreditar na persuasão ou nos seus argumentos. Só aceita conversar com o chicote do fim da vigência do ACT na mão. A agenda é exclusivamente moralista: fazer os empregados pagarem pela assistência à saúde é mais importante que qualquer outro objetivo. Eles levaram três anos para chegar a um entendimento e querem nos obrigar a aceitar em alguns dias suas “brilhantes” conclusões.

É tudo muito lamentável. Tínhamos encontrado em 2017/2018 – em meio a sérias divisões entre empregados e Administração sobre uma visão para o BNDES; em meio a perseguições
(*) e à criação da TLP – um caminho negocial, de diálogo sobre questões trabalhistas e previdenciárias.

Acompanhamos as mudanças tocadas pela FAPES em relação ao PAS em 2017 e 2018 intensamente e bem de perto. Apoiamos as iniciativas que pareciam positivas e a FAPES conseguiu alguns feitos formidáveis em matéria de controle de custos e melhora de vários serviços, como o Programa Saúde da Família.

Demos provas de que temos responsabilidade, dialogamos, insistimos em dialogar, apesar da agenda de confrontação permanente da atual Administração.

Estamos esperando a próxima reunião, transferida para quinta-feira (8). Não sabemos o que eles irão nos propor. A Administração não conseguiu o mínimo de apoio para sua proposta (as assembleias de ativos e aposentados não nos deixam mentir) e não apresentaram nada de novo até agora.

Manteremos vocês informados.

Todo o poder e influência da Comissão dos Empregados dependem da unidade e da mobilização dos benedenses!

Todos alertas!

(*) Esclarecimento (07/09/2022)

O seguinte trecho do Comunicado – "em meio a perseguições e à criação da TLP" – deixou vago o que se quis dizer com "perseguições".

Na verdade, foi uma referência à condução coercitiva de 2017 relacionada à Operação Bullish, que teve grave efeito sobre os empregados.

Ou seja: não é uma referência a qualquer perseguição promovida pela Administração do BNDES da época. Pelo contrário, acreditamos que apesar de discordarmos muito das mudanças para a TLP, em 2017, mantivemos sempre uma relação respeitosa e de diálogo intenso com aquela Administração.

Por mais de uma vez a AFBNDES foi prestigiada e espaços para o contraponto foram abertos. Essa prática perdurou, em maior ou menor grau, até a presidência de Joaquim Levy no BNDES (inclusive).

 
 
Documentos

Pauta de Reivindicações dos Empregados do Sistema BNDES 2022 – 2024

Negociações anteriores

2020 2018 2016 2015  2014  2013 2012 2011  2010  2009  2008  2007  2006  2005  2004