A AFBNDES foi fundada em 14
de julho de 1954, pouco mais
de dois anos depois da
criação do BNDES.
Inicialmente, a entidade se
dedicava à promoção de
atividades de lazer e à
prestação de alguns serviços
à comunidade benedense, como
empréstimo financeiro. Em 30
de junho de 1954, 25
funcionários participaram da
primeira assembleia para
discutir e aprovar o
Estatuto da Associação.
Outras duas assembleias
foram realizadas nos dias 14
e 15 de julho, dessa vez
para eleger e empossar os
integrantes dos três órgãos
que comporiam a estrutura da
entidade: a Diretoria, o
Conselho Fiscal e o Conselho
Deliberativo. O primeiro
presidente da AF foi Gabriel
Paes de Carvalho, eleito
pelo voto de 249 associados.
Em agosto do mesmo ano, o
Banco cedeu uma sala no
Edifício Emda, localizado na
Rua Sete de Setembro nº 48,
no Centro do Rio, para
abrigar a sede
administrativa da
Associação.
A primeira festa promovida
pela AFBNDES aconteceu em 29
de outubro de 1954. Ao som
da Orquestra Chuca-Chuca,
que recebeu sete mil
cruzeiros por quatro horas
de show, a AF conseguiu
atrair mais de cem pessoas
ao salão do Clube Piraquê,
com muito frevo e o mergulho
inusitado de um associado
nas águas ainda não poluídas
da Lagoa Rodrigo de Freitas.
Entre os primeiros serviços
oferecidos aos associados,
havia o financiamento de
automóvel – origem da atual
carteira de consórcios da
Associação.
Sede própria –
Em 1966, o Banco se
transferiu para a Av. Rio
Branco 53. No ano seguinte,
a Associação passou a ocupar
algumas salas no 23º andar
do mesmo prédio. Naquela
época, o espaço destinado à
entidade variava de acordo
com a simpatia ou a
antipatia que seus
dirigentes despertavam na
Administração do BNDES. Em
meados dos anos 1960, a AF
se viu reduzida a apenas
duas saletas porque não
aceitou ser utilizada na
punição de funcionários. O
Banco pretendia que a
Associação só concedesse
benefícios a associados
cujas fichas funcionais
fossem consideradas "limpas"
– isto é, livres de faltas,
licenças para tratamento de
saúde ou punições
disciplinares. Isso motivou
a AF a buscar um espaço
próprio. A solução para o
problema só veio em julho de
1973, na gestão de Octávio
Madruga, quando foi
adquirido um conjunto de
salas no nº 52 da Rua
Teófilo Otoni. Com uma área
total de 304 m2, a
Associação passou a ocupar
um andar inteiro no edifício
e assim pôde oferecer, com
autonomia, mais conforto aos
associados.
Mas o patrimônio imobiliário
da AFBNDES começou a ser
formado em 1964, na gestão
de Américo José Ferreira,
com a aquisição da Colônia
de Férias de Itaipava, no
município de Petrópolis. Em
1974, sob o comando de Jairo
Goulart, a AF, valendo-se de
financiamento do Banco,
comprou ampla área na Barra
da Tijuca para nela erguer
sua sede social: o Clube da
Barra – projetado pelo
arquiteto benedense Manoel
Siqueira Marques e
inaugurado em 1977. À época,
a Associação também
administrava o restaurante
que funcionava na Av. Rio
Branco 53, então sede do
BNDES. Nos anos 80, já no Edserj, o restaurante foi
extinto e o Banco passou a
oferecer tíquete-refeição.
Salto qualitativo –
De uma entidade com cunho
assistencialista e
recreativo, a AFBNDES soube
fazer – no final dos anos
1970, início da década de 80
– a transição para um órgão
de defesa dos interesses do
corpo funcional benedense. E
este caminho começou a ser
trilhado quando uma
preocupação passou a fazer
parte do dia-a-dia da
Associação: a defesa dos
direitos adquiridos dos
funcionários do BNDES, que
na época sofriam ameaças de
corte em função de forte
campanha contra as empresas
estatais, bode expiatório
utilizado pelo governo em
meio à grave crise econômica
brasileira.
Os funcionários oriundos dos
concursos públicos
realizados em 1974 e 1975
trouxeram sangue novo à
instituição e, apesar das
boas condições de
remuneração e trabalho que o
então BNDE proporcionava,
havia o entendimento de que
não interessava um país
desenvolvido apenas para uns
poucos brasileiros. Na
Associação, os empregados
começaram a definir formas
de luta em defesa de seus
interesses no interior do
Banco e a se organizarem
para participar de ações
articuladas com outras
entidades do movimento
social, como sindicatos e
associações de classe.
Trajetória de lutas –
E a AFBNDES mostrou que,
mesmo mantendo seu papel
original, também podia ser
uma entidade de luta. E
foram diversos os movimentos
vividos com intensidade a
partir daqueles anos:
conquista do reembolso de
despesas com creche para
mães e pais empregados;
apoio aos contínuos na busca
de ascensão funcional;
pleitos de equiparação
funcional (QFP/QPP);
participação no Movimento
das Estatais; defesa do
ingresso de empregados no
Banco apenas por concurso
público; presença no
movimento das "Diretas Já" e
na fundação da CUT; luta
contra as diferenciações
salariais causadas pelo
Decreto 2.100; negociação e
assinatura do primeiro
Acordo Coletivo de Trabalho
no BNDES, em 1985;
participação nas
manifestações contra os
pacotes econômicos da era
Sarney (com futuro Acordo
Coletivo para o pagamento de
perdas provocadas pelo Plano
Bresser); negociação de
Acordo histórico para o
pagamento do passivo das
horas extras
pré-contratadas; presença no
Movimento Constituinte;
filiação dos benedenses ao
Sindicato dos Bancários;
ações em defesa do
patrimônio da FAPES; luta
contra as demissões no
governo Collor; defesa do
BNDES como órgão de fomento
nacional; luta contra o
arrocho salarial nos anos
1990; conquista do pagamento
da Participação nos
Resultados no Sistema BNDES;
apoio aos novos empregados
PECS em seus pleitos contra
as diferenciações entre os
quadros funcionais da
instituição e pela
equalização das curvas
salariais do PUCS e do PECS;
luta pelo Quadro Único; e,
por fim, pelo GEP Carreira –
tema recorrente nos últimos
Acordos Coletivos de
Trabalho.