Caros benedenses,
A situação que enfrentamos é
grave e nova para todos nós,
tanto para o conjunto dos
empregados do BNDES quanto
para os responsáveis pelas
decisões críticas do momento
atual: os membros do Comitê
de Contingência, a Diretoria
do BNDES e a FAPES.
Em momentos como esse, a
confiança nas autoridades
responsáveis sofre um teste
de estresse. Precisamos ser
coordenados – para não
sucumbirmos ao pânico e
deixarmos de dar nossa
contribuição ao país –, mas
para isso necessitamos
confiar em quem nos comanda.
A pergunta que sempre está
presente é a seguinte: nossa
saúde (e de nossas famílias)
está sendo devidamente
considerada?
Entendemos que o BNDES está
sendo convocado para cumprir
seu papel nesse momento
difícil. E é importante que
atendamos essa demanda. Mas
defendemos que o BNDES
deveria operar com o mínimo
de pessoal possível, ou
seja, o número de pessoas
mínimo necessário para
manter os serviços que são
indispensáveis. Deveríamos
usar a experiência dos
executivos de carreira da
Casa para, de forma
decentralizada, determinar
qual é esse número mínimo
por área. Esse é o
procedimento natural que já
está sendo posto em prática,
de certa forma, por aqueles
que conseguem ter acesso aos
superintendentes.
Com o intuito de contribuir
para um enfrentamento
apropriado dos desafios
colocados pela pandemia do
novo coronavírus no BNDES, a
AFBNDES faz ainda os
seguintes comentários sobre
o Comunicado:
1. O Comunicado divulgado
pela Administração depois
das 23h41m de ontem peca por
não fornecer explicações ou
justificativas para os
empregados. Não é aceitável
e não é favorável para que
se estabeleça um clima de
confiança, um Comunicado que
depois de reconhecer a
existência de um caso
confirmado de Covid-19 no
Banco, se limite a declarar
que “A Administração
continua alerta e seguirá o
cronograma definido para o
Rio de Janeiro”. Tal
procedimento deixa sem
resposta a pergunta óbvia:
não deveria haver alguma
mudança nos procedimentos em
função da confirmação de um
caso? Ainda mais de um
empregado que teve ampla
exposição quando já estava
infectado? Essa explicação
deve vir o mais rápido
possível e se tornar a
prática usual daqui para
frente;
2. Por meio de contato com o
superintendente da APEC,
depois de divulgado o
Comunicado, foi informado
que “Todos os funcionários
que tiveram contato com o
empregado em questão serão
liberados, conforme
protocolo adotado pela
FAPES”. Por que o Comunicado
não deixou isso mais claro,
preferindo apenas afirmar
que: “A FAPES também está
monitorando aqueles que
porventura tenham tido
contato com o funcionário,
de modo a orientá-los quanto
ao procedimento mais
indicado”.
3. Não foi explicitado um
procedimento mais simples
para os que tiveram contato
direto com o empregado e
deixou-se de abordar os
casos de contato indireto,
os casos daqueles que
tiveram contato com os que
tiveram contato direto com o
colega infectado. Procuramos
a FAPES para entender como
se deveria proceder nessa
situação. Na primeira
ligação, caímos em uma caixa
eletrônica; na segunda
tentativa recebemos a
seguinte orientação de uma
atendente: os casos
indiretos serão avaliados
pela FAPES. Parece que
haverá liberação dos que
tiveram contato indireto,
caso esse contato tenha sido
com empregados que já
apresentam sintomas da
doença. A FAPES fará análise
caso a caso na entrado do
BNDES.
4. Que horas a Diretoria e o
Comitê de Contingência
tiveram ciência da
confirmação do caso de
infecção? Às 18h já
circulavam notícias desta
confirmação por WhatsApp.
Caso tenha sido realmente
nesse horário que a
confirmação foi obtida, por
que levaram cerca de cinco
horas para que fosse
preparado um Comunicado
estritamente informativo
(sem nenhuma explicação)?
É claro que o desafio das
autoridades do BNDES é
enorme. As declarações do
representante maior do
governo receberam forte
reprovação da opinião
pública. Queremos acreditar
que os dirigentes do BNDES
se pautam por outras
considerações. O
superintendente da APEC
afirmou que outras grandes
instituições públicas têm se
espelhado no BNDES para
apresentarem seus planos de
enfrentamento da pandemia.
Ficamos todos orgulhosos de
que nossa organização sirva
de exemplo e queremos que
isto permaneça assim.
Reafirmamos que não é com
outro espírito que não o de
contribuir para o
aperfeiçoamento dos
procedimentos que nos
comunicamos aqui. De forma
alguma pretendemos desabonar
os esforços que, estamos
certos, foram intensos por
parte daqueles que têm
trabalhado para o
enfrentamento da crise. Mas
precisamos avançar na
proteção aos empregados e na
comunicação junto aos
mesmos.
A AFBNDES |